Casal é assaltado e agredido em praia do Rio e diz que polícia ironizou situação

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um casal de namorados foi assaltado e agredido na tarde desta segunda (8) enquanto caminhava na areia da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os jovens afirmam que, após buscar ajuda em um posto policial, ouviu de um agente que o crime é corriqueiro e que, como moradores, eles deveriam saber disso.

Em nota, a Polícia Militar afirma que “os criminosos se aproveitaram de uma brecha no policiamento, numa atitude premeditada”. A corporação também diz ter realizado uma varredura e intensificado o policiamento na região. Ninguém foi preso.

Indagada sobre o relato das vítimas ao buscar ajuda, a corporação e o governo do estado não se manifestaram até a publicação deste texto.

As vítimas do assalto concederam entrevista à Folha de S.Paulo, mas não quiseram se identificar.

O jovem contou que caminhava na praia com a namorada e, com receio de assaltos, não estavam com seus telefones. Na altura do posto 3, em frente a uma base dos bombeiros, foram cercados por cinco adolescentes. Ainda segundo o jovem, ele foi imobilizado por quatro deles, que chegaram a rasgar sua camisa e lhe arrancaram uma corrente de ouro.

Enquanto isso, acrescentou a vítima, o outro avançava na jovem, que ao gritar por socorro foi agredida com um soco.

As vítimas afirmaram ainda que a praia estava lotada no momento do crime e, mesmo com os pedidos de socorro, ninguém ajudou. Depois, ao procurar os bombeiros, os militares teriam dito que fazer a segurança não é função deles, diz o casal.

Em nota, a assessoria de imprensa dos bombeiros afirmou que “os guarda-vidas, mesmo empenhados nas dezenas de salvamentos que ocorreram, destacaram um militar que conduziu a vítima até base do Barra Presente”.

O jovem contou que, ao chegar ao Barra Presente —programa de segurança vinculado ao governo do estado do Rio de Janeiro e iniciativa privada—, encontrou três policiais, e um deles teria perguntado se ele era turista. Diante da resposta negativa, o policial teria indagado se ele não sabia que a região era perigosa e que assaltos ocorriam todos os dias. Para o jovem, o agente quis culpá-lo por ter sido assaltado e agredido.

Segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública), os roubos de rua na Barra da Tijuca —roubos a transeuntes, a ônibus e de celulares— tiveram um aumento de 8,6% de janeiro a novembro de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022.

Nos primeiros 11 meses de 2023 foram 1.597 casos do tipo, contra 1.470 do mesmo período do ano anterior. Os dados de dezembro ainda não foram divulgados.

No estado do Rio, por sua vez, houve redução do índice no mesmo período. Foram 47.620 registros de roubos de rua em 2023, ante 57.180 em 2022.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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