SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um leilão disputado, a CCR arrematou o lote 3 das Rodovias Integradas do Paraná, concessão que reúne quase 570 km de estradas federais e estaduais no estado. A companhia ofereceu um desconto de 26,6% sobre a tarifa de pedágio.
O vencedor foi decidido no viva-voz, etapa em que os proponentes vão aumentando suas ofertas até chegarem ao valor final.
Com prazo de contrato de 30 anos, a concessão prevê cerca de R$ 9,8 bilhões de investimentos em obras de infraestrutura. O traçado previsto na concessão engloba trechos federais (BR-369, 373 e 376) e estaduais (PR-170, 323, 445 e 090).
A concessionária desbancou outros fortes nomes do setor. No viva-voz, a segunda maior proposta foi do consórcio “Infra BR V Missouri Holding I”, do Pátria Investimentos, de 26,5%. Já o Consórcio Infraestrutura PR, composto pela EPR e pela Perfin, ofereceu um deságio de 25,9% sobre a tarifa.
O consórcio formado pelas gestoras 4UM e Opportunity, por sua vez, propôs um desconto de 16,42% sobre a tarifa e não chegou a ir ao viva-voz com as outras concorrentes.
O projeto leiloado nesta quinta inclui melhorias e ampliações na infraestrutura viária, como duplicação de rodovias, implantação de contornos, adição de vias marginais e ciclovias, instalação de iluminação em trecho de serra, passagens de fauna e pontos de ônibus.
Após o leilão do lote 3 das Rodovias Integradas do Paraná, o governo federal irá realizar, ainda nesta quinta, o certame da Rota Verde, que abrange trechos de estradas em Goiás.
O leilão é mais um da sequência de certames realizados sob uma nova modelagem adotada pelo governo Lula. Os interessados dão lances de desconto em relação à tarifa básica de pedágio, e o pagamento de aporte (caução) é necessário somente quando o corte na tarifa prometido é superior a 18%. Depois desse patamar há a incidência de aporte de recursos para cada 1% de deságio apresentado, de forma cumulativa.
Os recursos do aporte irão inteiramente para a conta da concessão e serão utilizados, por exemplo, na execução de obras não previstas.
PAULO RICARDO MARTINS / Folhapress