Pedro x Gabigol agita torcida do Flamengo e mobiliza Tite entre vaia e gols

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Artilheiro do Flamengo na temporada, com oito gols em oito jogos, Pedro já convenceu o técnico Tite sobre sua condição de titular. No entanto, falta um elemento importante: a torcida. Vaiado de novo no Maracanã, o centroavante vive momento inusitado, apesar de manifestar felicidade e de ter deixado novamente a sua marca.

Pedro perdeu um pênalti logo antes de sair do campo na goleada por 4 a 0 sobre o Boavista. Ao caminhar para dar lugar a Gabigol, ouviu vaias e alguns aplausos. Quando o nome do camisa 9 foi anunciado no telão antes de a bola rolar, o atacante foi um dos mais celebrados.

Gabigol perguntou a Tite se bateria o pênalti. Enquanto o árbitro estava no VAR revisando, o atacante foi até o treinador consultar. A substituição, porém, não tinha sido liberada, o que afligiu o camisa 10.

Ele ficou inquieto para entrar e viveu a ansiedade de marcar. A torcida também parecia estar com o mesmo sentimento e ficava na expectativa sempre que o atacante pegava na bola.

Gabigol não reagiu ao pênalti perdido. Ele apenas seguiu esperando a chance de entrar em campo. Pedro, por outro lado, se lamentou bastante. Ele já tinha perdido outras boas chances na partida.

Foi a segunda vez que Pedro foi vaiado. Quando deu lugar a Gabi no clássico contra o Botafogo, o volume foi até maior.

Tite terá a missão de administrar a situação internamente. Pedro é o preferido do treinador desde a chegada ao Fla no ano passado. Gabi, recuperado fisicamente, também já perdeu um pênalti neste ano, mas segue com a preferência da arquibancada. “É administrar essa situação Com verdade. Pelo menos, com a minha verdade. Eu também estou pressionado. Minha atividade é exposta, é pressão o tempo todo. O atleta de alto nível também. Alguns torcedores gostam mais de um estilo ou de outro”, disse o técnico.

“Parte da torcida não vai querer ter o Tite como treinador, gostaria de ter outro. O que ela vai ter é a dignidade do trabalho, o que eles têm que ter é a dignidade do trabalho, concorrência leal, fazer o melhor e colocar a equipe acima de qualquer coisa. Quando cheguei, os dois só tinham gols de pênalti. E eu disse que iríamos ajustar a equipe para dar condições a eles de fazer gol com bola em movimento. O Pedro começou a fazer uma série de gols. São dois grandes jogadores. Quando você tem a 9 ou a 10 nas costas, fica assim. Mas eles têm uma relação de conjunto que é mais importante do que a individualidade”, completou Tite.

Já Pedro preferiu amenizar a situação. “A pressão no Flamengo sempre existiu. Na minha carreira também tive pressão desde que decidi jogar. Isso não me abala. Pelo contrário, dá mais força para querer dar o meu melhor a cada jogo. Em relação ao Gabi, sempre nos demos muito bem. Conquistamos grandes coisas um ao lado do outro. Sempre criaram essa rivalidade entre nós, mas sempre nos demos muito bem dentro e fora de campo. É o Flamengo que ganha com isso. Temos que estar no nosso melhor nível para ajudar. Isso que eu penso. Cada jogo e treino dar o melhor.”

LUIZA SÁ / Folhapress

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