SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Enel disse não acreditar na quebra dos contratos de concessão da empresa no Brasil. A cidade de São Paulo e o estado do Ceará já cogitaram a medida após sucessivos problemas.
Em evento na manhã desta quinta-feira (9), Antonio Scala disse respeitar as opiniões do poder público, mas afirmou ter o respaldo de “contratos robustos” e estar “seguro” dos investimentos anunciados pela empresa para resolver as falhas.
Segundo ele, a Enel injetará R$ 18 bilhões no Brasil até 2026. Na capital paulista, parte da verba já teria sido utilizada em medidas de prevenção na rede, melhora no atendimento aos usuários e contratação de 1.200 eletricistas.
Na esteira dos problemas dos últimos meses, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já chamou a empresa de mentirosa, disse que ela deveria deixar a cidade e afirmou que a concessão não será renovada.
Enquanto isso, a administração municipal tem em vista viabilizar um programa de fiscalização à empresa.
No Ceará, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pediu o fim do contrato de concessão no estado. Conforme documento de cerca de 400 páginas divulgado pelos deputados, a distribuidora praticou irregularidades e abusos no estado, deixando seus clientes sem fornecimento nem atendimento.
Nesta quinta, o presidente da Enel ainda afirmou que a empresa planeja reduzir em 50% o tempo médio de atendimento em São Paulo, até dezembro, comparando com o último ano.
Em 2023, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o tempo médio para funcionários da Enel atenderem uma ocorrência era de 778 minutos, ou seja, mais de 13 horas.
Em abril deste ano, disse o presidente, o tempo caiu para cerca de 515 minutos, quase 9 horas. A comparação feita por ele, porém, utiliza o único mês de 2024 terminado sem grandes ocorrências de falta de luz na capital.
BRUNO LUCCA / Folhapress