SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo deu início nesta terça-feira (6) à reforma da rua General Osório, na região central, a primeira de uma série de obras em ruas temáticas da cidade. A requalificação da via, conhecida como rua das motos, deve durar até 120 dias.
O programa, que prevê intervenções em outras quatro ruas, faz parte de um esforço da administração municipal e do governo federal para revitalizar o centro da capital. O trecho da General Osório que será reformado está a cerca de 500 metros da concentração de dependentes químicos da cracolândia, que hoje ocupa a rua dos Protestantes.
A obra deve alterar o traçado das calçadas de quatro quarteirões da General Osório, num total de 450 metros, entre a avenida Rio Branco e a rua Barão de Campinas. As esquinas devem ser alargadas e deverão ser instalados bancos e floreiras, além de piso tátil e luminárias públicas com placas solares.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a obra deve custar R$ 716 mil. A reforma deve começar pelo lado ímpar da rua e passar em seguida para o lado par. Com a previsão de impacto negativo no trânsito, Nunes visitou algumas lojas da rua e disse “por favor, tenham paciência” aos comerciantes. “Estão todos de acordo [com a obra]”, afirmou o prefeito.
Há previsão de obras de requalificação similares nas ruas São Caetano (rua das noivas), Paula Sousa (rua das cozinhas) e Florêncio de Abreu (rua das ferramentas), todas na região central. A próxima via a receber as obras deve ser a Santa Ifigênia (rua dos eletrônicos), e a reunião em que a prefeitura apresentará o projeto aos comerciantes deve ocorrer ainda em fevereiro.
As gestões Nunes e Tarcísio de Freitas (Republicanos) apostam em ações de urbanismo e aumento do policiamento para diminuir a degradação da região central. Na semana passada, uma companhia da Força Tática da Polícia Militar foi transferida para uma nova sede a um quarteirão de distância da rua das motos.
Sobre a cracolândia, Nunes disse que o número de usuários de drogas caiu ao longo da última década, mas que o problema já tem 30 anos e não será resolvido em poucos meses.
Já o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), criticou o uso do termo “cracolândia” -as gestões estadual e municipal usam o termo “cenas abertas de uso” de drogas. “‘Cracolândia’ associa aquele lugar a um parque de diversões, e aquelas pessoas não estão lá por diversão, elas sofrem de uma doença”, disse.
Segundo Ramuth, 9.000 pessoas já foram internadas desde a inauguração do HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, em abril do ano passado. Ele afirmou que as equipes de saúde do estado e do município se reúnem toda semana para discutir a situação dos dependentes químicos.
Nunes e Ramuth também citaram, entre as medidas para aumentar a segurança no centro, a inauguração de uma central do programa Smart Sampa, projeto de monitoramento com reconhecimento facial, que deve entrar em atividade no mês que vem.
Outro plano de revitalização da região, este proposto pela gestão Tarcísio, pretende instalar um centro administrativo no entorno do parque Princesa Isabel, em Campos Elíseos. O governo estadual diz que deve lançar ainda neste ano um concurso de arquitetura para definir como será o projeto.
TULIO KRUSE / Folhapress