MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A conquista de uma vaga na final da Eurocopa deu ao técnico Gareth Southgate, 53, uma nova chance de, enfim, conquistar o amor da torcida inglesa. Há três anos, em Wembley, o English Team liderado por ele foi derrotado nos pênaltis pela Itália, também na final do torneio continental, com duras críticas ao treinador pela escolha dos batedores. O time também terminou rebaixado na Liga das Nações.
Diante de uma avalanche de críticas neste ano, Southgate foi pragmático sobre o que significa essa final: “Todos querem ser amados, certo?”. Durante o torneio, o treinador e seus comandados foram alvos pelo futebol apresentado pela Inglaterra. Após o empate contra a Dinamarca, ele assumiu a culpa e disse que estava arrumando um jeito de fazer o time funcionar.
“Quando você está fazendo algo para o seu país e tem orgulho de ser inglês, e não sente isso de volta, quando tudo o que lê é crítica, é difícil. Celebrar uma segunda final é muito especial, ainda mais com os fãs que viajaram. Dar a eles noites como essa, que tenho certeza que conseguimos dar nos últimos anos, significa muito. Se eu não estivesse em campo, eu estaria celebrando como eles. Somos parecidos, mas sou eu quem tem que escolher o time”, falou após vitória na semifinal.
Agora, contra a Espanha no Estádio Olímpico de Berlim, tudo pode ganhar uma nova camada.
O ex-zagueiro assumiu a seleção inglesa em setembro de 2016 como interino e foi efetivado após bons resultados. À época, o English Team vivia um escândalo de corrupção que culminou com a saída do técnico Sam Allardyce. Antes de Southgate, a Inglaterra só tinha disputado uma final: a da Copa do Mundo de 1966. Com ele, chega a duas e à primeira fora de Wembley.
Em competições, o vice-campeonato da Euro em 2021 e o 4º lugar na Copa do Mundo da Rússia são as melhores campanhas do técnico. A Federação Inglesa espera que Southgate permaneça, no mínimo, até a Copa do Mundo de 2026.
Na fase eliminatória da Euro deste ano, a Inglaterra passou sufoco: vitória nos minutos finais contra a Eslováquia, classificação nos pênaltis contra a Suíça e gol no finalzinho contra a Holanda. Nos três jogos, os ingleses começaram perdendo.
“Esses jogos foram dramáticos porque os gols vieram muito tarde. Peguei o trabalho para tentar trazer sucesso à Inglaterra como uma nação. Trazer o time para a primeira final fora de casa. Viemos aqui para ganhar. Tenho certeza que estamos trazendo aos nossos torcedores algumas das melhores noites nos últimos 50 anos”, disse.
Contra a Espanha, que tem o melhor futebol do torneio, os ingleses lutam para derrubar o tabu de quase 48 anos sem conquistar títulos expressivos o último foi a Copa do Mundo de 1966.
Ele próprio foi algoz da seleção, em 1996, ao desperdiçar o pênalti que eliminou os ingleses da Euro daquele ano, contra a Alemanha e também em Wembley, como no título perdido há três anos.
O ex-zagueiro iniciou sua carreira em 1988 e passou por Crystal Palace, Aston Villa e Middlesbrough até se aposentar em 2006. Ele fez 57 jogos pela Inglaterra, com direito a dois gols, e participou das campanhas da Copa do Mundo de 1998 e das Eurocopas de 1996 e 2000.
Southgate tem noventa minutos e acréscimos para tornar o seu amor recíproco.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress