Bolsa tem alta impulsionada por ações da Vale; dólar cai com EUA no radar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira voltou a fechar em alta nesta quarta-feira (17) impulsionada pelas ações da Vale, que foram beneficiadas pelos contratos futuros do minério de ferro.

Já o dólar começou a sessão subindo, mas passou a cair no início da tarde, em meio a negociações sobre a elevação do teto da dívida nos Estados Unidos.

O Ibovespa subiu 1,17%, a 109.459 pontos, enquanto o dólar caiu 0,14%, a R$ 4,935.

As ações da Vale subiram 3,41% e ficaram entre as mais negociadas da sessão, apoiando a Bolsa brasileira, após os contratos futuros do minério de ferro nas Bolsas de Dalian e Singapura terem subido ao nível mais alto em quase três semanas.

Altas de B3 (2,03%) e Banco do Brasil (0,16%) também ajudaram o Ibovespa a fechar no positivo. Azul (14,89%), Renner (9,66%) e Gol (9,02%) tiveram os maiores ganhos da sessão.

Do lado contrário, a Petrobras registrou perdas desde o início do dia e fechou com queda de 2,24% nas ações preferenciais e 0,51% nas ordinárias, mesmo com a alta do petróleo no exterior, após um dia de ganhos depois do anúncio de sua nova política de preços.

Analistas continuam digerindo o novo modelo e acreditam que ele será testado quando os preços subirem e houver pressão política por controle inflacionário.

Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a petroleira adiou um corte maior nos combustíveis à espera do fim da desoneração no preço da gasolina e do diesel, indicando que ainda há espaço para queda nos preços.

“O aumento previsto para 1º de julho vai ser absorvido pela queda de preço que foi deixado para esse dia. Não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando 1º de julho. Como vai acontecer com diesel no fim do ano”, disse o ministro em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta (17).

No Congresso, ainda há expectativa sobre a tramitação do novo arcabouço fiscal. A Câmara aprovou nesta quarta o regime de urgência para o projeto, o que faz com que o texto ganhe prioridade na tramitação em relação a outros projetos em andamento na Casa. A expectativa é que as novas regras fiscais sejam apreciadas na próxima semana.

O relator do arcabouço na Câmara, Cláudio Cajado, diminuiu a lista de despesas que são exceções à regra e a criação de gatilhos de ajuste caso as contas do governo venham abaixo do esperado –como proibição de concursos públicos ou reajuste para servidores.

Na visão de Dan Kawa, diretor de investimentos na TAG, embora ainda existam críticas ao modelo da nova regra fiscal, os mercados no Brasil continuam reagindo como se um risco de curto prazo, ou o risco de um evento ainda pior, tenha sido retirado do cenário.

Os juros futuros de longo prazo no país continuaram subindo levemente. Os contratos com vencimento para janeiro de 2025 foram de 11,70% para 11,72%, enquanto os para 2026 saíram de 11,19% para 11,21%. No curto prazo, os de vencimento em 2024 mantiveram-se estáveis em 11,30%.

Ainda nesta quarta, o Banco Central (BC) informou que o Brasil teve fluxo cambial total negativo de US$ 881 milhões em maio até o dia 12. No acumulado do ano até 12 de maio, porém, o país registra um total positivo de US$ 12,436 bilhões.

Nos EUA, os índices subiram. Bancos regionais do país estão se recuperando após suas ações terem derretido nas últimas semanas, em meio a otimismo cauteloso do mercado sobre um potencial avanço no impasse em Washington sobre o limite da dívida do país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o principal líder republicano do Congresso americano, Kevin McCarthy, enfatizaram nesta quarta sua determinação de chegar a um acordo em breve para aumentar o teto da dívida e evitar um calote catastrófico.

Com isso, o Western Alliance teve alta de 10,42% nesta quarta, enquanto o PacWest Bancorp, outro importante banco regional do país, subiu 21,44%

O KBW Regional Banking Index, índice que mede o desempenho de bancos regionais americanos, teve alta de 7,28%, depois de perder 1,87% na sessão anterior.

Já o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq subiram 1,24%, 1,19% e 1,28%, respectivamente. Os ganhos marcaram a maior alta percentual em um dia para cada um dos três principais índices desde 5 de maio.

MARCELO AZEVEDO / Folhapress

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