SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A plataforma ChatPDF entrega, desde março, um serviço de resumo de documentos personalizado. O usuário coloca no site um arquivo em formato PDF, e a inteligência artificial (IA) entrega uma sinopse e sugestões de perguntas de forma automática.
Pessoas recomendam o uso da ferramenta no Twitter para acelerar o trabalho acadêmico e os estudos. A plataforma diz em seu site ser eficiente para análise de documentos corporativos, como balanços e relatórios de vendas.
O ChatPDF, entretanto, inventa fatos e pessoas como a famosa IA geradora de texto ChatGPT. Esse desvio de comportamento piora quanto menos conhecido e mais recente forem o tema do texto em análise.
O ChatPDF usa tecnologia da criadora do ChatGPT OpenAI para gerar respostas. A informação foi dada pelo cocriador da plataforma Mathis Lichtenberger à reportagem.
Para textos muito citados na internet, com conceitos estabelecidos e personagens conhecidos, a ferramenta entrega de forma veloz resumos precisos e com referência a páginas do documento.
O perfil de Twitter IA Explorador ganhou mais de 5.000 curtidas ao divulgar o ChatPDF como “ferramenta de produtividade para estudantes.”
Usuários podem entregar três arquivos –ou 120 páginas– por dia para análise do ChatPDF de forma gratuita. Pessoas podem assinar a plataforma por US$ 5 (R$ 24,55) para mantê-la viável. A versão paga do serviço suporta 50 arquivos ou 2.000 páginas diárias.
O ChatPDF usa o documento para criar condições prévias às perguntas feitas à inteligência artificial da OpenAI. Por isso, as respostas passam a ter a ver com o documento do PDF.
Quando a IA não tem resposta à questão, essas condições são pouco relevantes. Por isso, o maior risco de “alucinações”.
O procurador Hélio Telho tentou usar a ferramenta para resumir uma sentença penal que envolvia vários acusados e acusações. “O resumo inverteu algumas condenações –que na verdade foram absolvições– e incluindo condenações por acusações que sequer haviam sido feitas.”
O cocriador do ChatPDF Mathis Lichtenberger sugere que usuários peçam à plataforma para mencionar apenas informações presentes no texto ou que entregue fontes, com o objetivo de mitigar as confabulações da inteligência artificial.
PEDRO S. TEIXEIRA / Folhapress