BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta segunda-feira (19) uma nova série de críticas à alta taxa de juros, às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que decidirá o novo patamar.
Integrantes do Copom se reúnem nesta terça e quarta, respectivamente 20 e 21, para decidir se mantêm a taxa Selic no patamar atual de 13,75%
A declaração do presidente se deu durante sua segunda transmissão ao vivo nas redes sociais, pela manhã. Lula tratava da situação econômica atual, quando então aproveitou para criticar a taxa de juros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Os alimentos estão baixando [o preço], a carne baixou, o arroz baixou, o óleo, sabe, as coisas estão baixando, e é preciso baixar muito mais. Sabe, as coisas estão baixando e é preciso baixar mais. A inflação está baixando, o dólar está caindo”, afirmou o presidente.
“Apenas o juro precisa baixar, porque também não tem explicação. O presidente do Banco Central precisa explicar, não a mim, porque já sei por que ele não baixa, mas explicar ao povo brasileiro e ao Senado que o elegeu porque ele mantém essa taxa de juros para um país com inflação anual de 5%”, completou.
A crítica à taxa de juros se tornou uma constante no discurso de Lula e de seus ministros. A mais recente é feita na semana em que o Banco Central se reúne novamente para decidir o patamar.
No entanto, analistas apontam que o primeiro corte deve se dar apenas em agosto.
De acordo com pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, analistas consultados pelo Banco Central melhoraram as perspectivas para a inflação e o crescimento econômico e passaram a ver o primeiro corte na taxa básica de juros em agosto, com a Selic mais baixa tanto ao fim de 2023 quanto em 2024.
Os especialistas seguem vendo que o Copom irá manter a Selic no atual patamar de 13,75% ao anunciar sua decisão de política monetária nesta quarta-feira (19). Porém, agora passaram a considerar que o primeiro corte acontecerá em agosto, de 0,25 ponto percentual, contra previsão de manutenção antes.
RENATO MACHADO / Folhapress