Paes diz que Lula concordou em restringir Santos Dumont só para voos entre Rio, Congonhas e Brasília

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou nesta quarta-feira (14) que o governo federal concordou em limitar os voos no aeroporto Santos Dumont, de modo a transferir parte da operação para o Aeroporto do Galeão.

Segundo o prefeito, o aeroporto Santos Dumont vai ficar apenas com as pontes aéreas do Rio para São Paulo e do Rio para Brasília. Os demais voos domésticos serão deslocados para o Galeão. Paes prevê que as medidas entrem em vigor a partir de janeiro.

Paes anunciou as mudanças no Palácio do Planalto, após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O prefeito do Rio afirmou que não foi discutido com o mandatário a questão da concessão do Galeão.

“O que eu pedi a ele [Lula] foi aquilo que eu vinha pedindo ao governo desde o início, pedimos muito no governo [Jair] Bolsonaro, não foi atendido e hoje o presidente [Lula] decidiu que vai fazer. A partir daí, a gente vai decidir data, mas o aeroporto Santos Dumont passará a ser tão somente para ponte aérea Rio-São Paulo/Congonhas e Rio-Brasília”, afirmou o prefeito, na saída da reunião com Lula.

“E o aeroporto internacional do Rio de Janeiro volta a receber voos domésticos, que sempre teve, o que permite que o Galeão seja um hub internacional”, afirmou o prefeito a jornalistas, na saída da reunião com Lula.

O prefeito do Rio afirmou que se trata de uma “vitória” e uma “conquista excepcional” da cidade. Ele ainda acrescentou que o presidente Lula concordou com uma outra medida, para impedir que turistas que vão do Rio para o exterior possam já fazer check-in no Santos Dumont quando o voo para a cidade estrangeira partir de outra cidade, como São Paulo.

Atualmente, muitos turistas realizam o check-in do seu voo internacional no aeroporto Santos Dumont, mas na sequência embarcam de lá para outro destino no Brasil e só então partem para o exterior.

A mudança tem o objetivo de dar um novo impulso na operação internacional do Galeão. Se um turista que vai ao exterior quiser sair do Santos Dumont, agora precisará fazer uma viagem até Congonhas ou Brasília e nesses locais realizar um novo check-in e despachar as bagagens novamente nesses locais.

Eduardo Paes afirmou que não tratou com Lula a questão da concessão do aeroporto do Galeão, que vive uma crise com a queda no número de passageiros. Além disso, a operadora do aeroporto, a Changi, pediu ao governo, em 10 de maio, mais prazo para decidir se mantém interesse na concessão.

Em 2022, o Galeão recebeu menos de 6 milhões de passageiros, enquanto o Santos Dumont teve mais de 10 milhões.

Paes e o governo do Rio, Cláudio Castro (PL), estudam a criação de uma administração compartilhada do Santos Dumont, que envolveria União, estado e município. E essa Sociedade de Propósito Específico, que seria criada, então poderia contratar os serviços da Changi.

“E pode ser quem sabe uma SPE. E estado e município fariam essa negociação com a Changi, poderia contratá-la. Então, achar o modelo de negócio mais fácil que o estado e o município teriam condições de arrumar isso”, afirmou Castro após reunião com Lula, na segunda-feira (12).

RENATO MACHADO / Folhapress

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