SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A felizarda que ganhar o BBB 23 na noite desta terça-feira (25) vai ver a conta bancária subir alguns dígitos. Neste ano, a Globo atualizou o prêmio do programa para R$ 2,88 milhões, principalmente por causa do patrocínio de uma empresa de soluções de vendas. O valor permanecia o mesmo havia 13 anos.
Mas, mesmo com as moedinhas subindo a cada eliminação de um participante, o dinheiro que Aline Wirley, Amanda Meirelles ou Bruna Griphao (a vencedora é decidida por meio de votação no site do programa) vierem a ganhar não será suficiente para uma delas de fato ficar mais milionária do que Marcelo Dourado, que venceu a edição de 2010. Isso porque, entre as influências no valor final, está a inflação.
Para ter em mente o poder de compra da ganhadora, é necessário levar em conta o aumento geral de preços. “Usamos o IPCA como medida de inflação, que é uma cesta de consumo das famílias. A conta é feita com uma quantidade de itens e serviços que fazem parte da nossa rotina. Com base nisso, vemos quanto o preço de cada produto vai aumentar, o que tem um peso para o preço final da cesta”, explica Luciano Nakabashi, professor de economia da faculdade de economia, administração e contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Ou seja, para comprar a mesma coisa, é necessário desembolsar mais. Mesmo subindo, o prêmio do BBB 23 compra menos em relação a edições passadas, pois o valor dos produtos subiu e continua a aumentar a cada ano. Pelo cálculo do especialista, o valor de R$ 2,88 milhão que uma das finalistas vai ganhar hoje, por exemplo, equivaleria a R$ 1,2 em 2010, menos do que o prêmio de R$ 1,5 dado naquela edição.
Para ser equivalente ao prêmio daquele ano, hoje o cheque final do programa deveria ser de R$ 3.286.981,59 para render a mesma coisa. Vale lembrar que aqui estamos falando apenas do prêmio final em dinheiro, sem contar outras mimos ganhos pelas participantes ao longo do programa, como carros zero quilômetro.
Só em 2022, o IPCA acumulou alta de 5,79% de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística devido a cortes de impostos sobre combustíveis e energia elétrica. Em 2021, o índice chegou a 10,06%.
“Então, hoje o salário e o dinheiro valem menos do que em 2010. Esse é o efeito que a inflação tem ao longo do tempo. Se você precisava de tal valor para comprar algo, hoje vai precisar de mais para adquirir a mesma coisa, pois o dinheiro compra menos”, diz Nakabashi.
MARIA PAULA GIACOMELLI / Folhapress