SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), 37, morreu nesta terça-feira (9). Casado com o jornalista Glenn Greenwald, ele estava internado desde agosto do ano passado no Rio de Janeiro.
O anúncio foi feito por Glenn nas redes sociais. “Sua morte, nesta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em plena paz, cercado por nossos filhos, familiares e amigos”, escreveu.
O jornalista relembrou a trajetória do companheiro, com quem tinha dois filhos. A mãe de David faleceu quando ele tinha cinco anos e ele foi deixado em um orfanato, em Jacarezinho, onde foi adotado pela vizinha, mãe de outras quatro crianças.
“Ele se tornou o primeiro homem gay eleito vereador no Rio de Janeiro, e deputado federal aos 32 anos. Ele inspirou tantas pessoas com sua biografia, paixão e força de vida”, disse Glenn. David completaria 38 anos nesta quarta-feira (10).
O presidente Lula (PT) publicou uma nota prestando solidariedade à família e afirmando que David foi um “jovem de trajetória extraordinária que partiu cedo demais”.
Formado em jornalismo, David assumiu uma vaga na Câmara dos Deputados em 2019, após o ex-deputado Jean Wyllys renunciar ao mandato.
Nas redes sociais, Wyllys reagiu com tristeza ao anúncio sobre a morte. “Que tristeza! Meus sentimentos à sua família e ao seus amigos. Que ele agora descanse em paz!”, escreveu.
Em setembro, a Justiça Eleitoral acolheu o pedido da família de David e retirou a candidatura do então deputado à reeleição. Ele havia sido internado para tratar uma infecção intestinal, após sentir dores abdominais. Os médicos, então, perceberam complicações no diagnóstico.
Anteriormente filiado ao PSOL, David migrou para o PDT e passou a ser alvo de ataques racistas e homofóbicos por apoiar a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto.
O ex-presidenciável do PDT publicou uma foto abraçando David e afirmou estar muito triste com a notícia da morte do ex-deputado, a quem chamou de amigo.
“Um exemplo de vida, um exemplo na política, um exemplo na luta pela Democracia, pela liberdade e pelo Brasil. Meu abraço afetuoso ao Glenn, seus filhos e familiares”, escreveu Ciro.
GÉSSICA BRANDINO / Folhapress