SP teve cinco municípios com foco de incêndio nesta quarta; duas cidades atingidas estão na região de Ribeirão Preto

O ápice da crise ocorreu entre os dias 22 e 24 de agosto, quando surgiram 2.621 novos focos, sendo 1.886 apenas no dia 23

Imagem aérea de Ribeirão Preto durante incêndio, no final de agosto | Foto: Rede social

O estado de São Paulo tem cinco municípios com focos de incêndio nesta quarta-feira (18), de acordo com a Defesa Civil.

As cidades atingidas são: Bananal, Mococa, Santo Antônio de Posse, Nova Odessa e Cajuru. No total, quatro aeronaves são utilizadas no combate às chamas.

Em Nova Odessa, por exemplo, o fogo começou por volta das 20h de terça-feira (17), às margens da rodovia Anhanguera, no km 119, e atingiu uma área de vegetação natural e pastagem, próximo ao pedágio. Mas não houve a necessidade de bloqueio na via.

Em Bananal, no Vale do Paraíba, o dia amanheceu fechado nesta quarta, dificultando muito a visibilidade dos focos de incêndio na crista da montanha. Assim, as equipes ficaram de prontidão esperando a neblina baixara para entrar em ação.

Embora sob o alívio temporário de uma frente fria, São Paulo completa um mês com sua estrutura de combate a incêndios florestais posta mais uma vez à prova. Com recordes nos pontos de fogo registrados por satélite, o estado tem adotado um modelo de força-tarefa no uso de efetivo e equipamentos.

Segundo a Defesa Civil de São Paulo, que coordena o gabinete de crise do governo estadual para lidar com os incêndios, há 15,1 mil agentes em campo envolvidos nos combates. Deste –a maior parte, 10 mil, composta por brigadistas voluntários, de empresas agrícolas e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo).

A outra porção desse efetivo é composta por 2.500 agentes de Defesa Civil, 2.200 bombeiros militares e 400 brigadistas da Fundação Florestal de SP.

Já os equipamentos se dividem em 2.500 veículos terrestres, como viaturas dos bombeiros, 29 helicópteros da Polícia Militar –as aeronaves disponíveis que não estejam em uso para ações de segurança– e oito aviões.

Na primeira quinzena de setembro, segundo o chefe da Defesa Civil de São Paulo, coronel Henguel Ricardo Pereira, foram 520 horas de voo, 2,4 milhões de litros de água usados para apagar as chamas e 20 aeronaves utilizadas, com 63 cidades assistidas no total.

Nesta terça (17), o governo Tarcísio divulgou ter prendido 23 pessoas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo desde junho –nove estavam soltas até a última sexta (13). A gestão também informou ter aplicado mais de R$ 25 milhões em multas para crimes relacionados a queimadas criminosas desde janeiro.

Mas depois da frente fria, a temperatura volta a subir, e o estado tem alertas de emergência para incêndio com ápice entre a próxima sexta-feira (20) e o domingo (22).

O ápice da crise ocorreu entre os dias 22 e 24 de agosto, quando surgiram 2.621 novos focos, sendo 1.886 apenas no dia 23. Foi justamente naquela sexta-feira que a região metropolitana de São Paulo se cobriu de fuligem no meio da tarde e o sol virou um círculo vermelho no céu.

Segundo o capitão Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil estadual, dados de amostragem do Corpo de Bombeiros indicaram um aumento de 386% no número de focos de incêndio do ano passado para este.

Passada a fase mais difícil, Farina acredita que agora a tendência é os focos diminuírem. Principalmente, por causa da frente fria que chegou ao estado, trazendo chuva para a região metropolitana de São Paulo, litoral e leste do estado. Ele enfatiza, no entanto, que os municípios que não tiveram precipitação nos últimos dias pelo menos estão com a umidade do ar mais alta, o que diminui o risco de novos focos.

Barretos, a 420 km da capital, por exemplo, vinha com taxas mínimas de umidade relativa do ar por volta dos 9%. Nesta terça (17), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontava 25% no horário mais crítico na estação meteorológica de Bebedouro, na mesma região.

“Tudo indica que quando sair a frente fria, depois desta quarta, vai ficar uma umidade no ambiente. Quando chegar o calor de novo e se juntar à umidade, tende a chover no interior, nessa faixa mais crítica. Até o fim da semana vai chover em todo o estado e a vegetação vai ficar mais molhada. Aí, na última semana de setembro, existe a possibilidade de nova frente fria, o que favorecerá um cenário positivo. A pior parte da estiagem possivelmente já tenha passado”, afirma o capitão.

FRANCISCO LIMA NETO E CLAUDINEI QUEIROZ / Folhapress

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