O presidente Jair Bolsonaro desautorizou ontem à noite, durante transmissão nas redes sociais, o vice-presidente Hamilton Mourão por declarações a respeito da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Pela manhã, Mourão disse que o Brasil não é neutro no conflito e não concorda com a invasão do território ucraniano. Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o presidente exibiu cópia de uma reportagem com a declaração de Hamilton Mourão.
Sem mencionar o nome de Mourão, Bolsonaro disse que não é competência do vice falar sobre esse assunto. Ao longo do dia, porém, Bolsonaro evitou criticar a Rússia pelos ataques.
Na transmissão ao vivo, ele disse que é “da paz” e destacou o diálogo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem visitou na semana passada.
A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília cobrou ontem que o governo brasileiro condene expressamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A mensagem faz parte de um esforço de Washington. Os EUA esperam uma adesão brasileira à resolução que propuseram no Conselho de Segurança da ONU contra a Rússia.
No entanto, o encarregado de negócios, Douglas Koneff, evitou cravar que o Brasil vai endossar o texto.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que, neste momento, não há condições de retirar os cerca de 500 brasileiros que estão na Ucrânia.
O Itamaraty comunicou que está preparando um plano de retirada, mas ainda não há data nem locais definidos.
Os detalhes serão divulgados pela Embaixada brasileira em Kiev. Em razão do fechamento do espaço aéreo, a retirada será feita, inicialmente, por via terrestre.
O serviço consular brasileiro está renovando o cadastramento dos brasileiros que estão na Ucrânia. Até agora, cerca de 160 brasileiros se recadastraram.