Uma criança de sete anos teve pelo menos 40 larvas retiradas de sua cabeça em Praia Grande. Os seres vivos se alimentavam do tecido da cabeça da menina e chegaram a fazer um buraco no couro cabeludo. A criança segue internada e o Conselho Tutelar da cidade apura se houve negligência da família. O caso está em sigilo de Justiça.
Em 3 de outubro, a menina começou a se queixar de fortes dores de cabeça para a mãe. Ao examinar o local, ela constatou buracos feitos pelas larvas, que comeram os tecidos.
A mulher levou a filha a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Lá, os médicos constaram a presença das larvas e começaram a retirá-las do local. No dia seguinte, a menor foi enviada para o Hospital Irmã Dulce, onde continuou a receber atendimento médico, incluindo a retirada de larvas que estavam localizadas mais profundamente no couro cabeludo.
De acordo com os profissionais, o desenvolvimento de larvas em tecido humano é raro e acontece quando algum inseto, como piolhos ou mesmo moscas, depositam seus ovos em tecidos abertos.
O veterinário Fabiano Miranda, 39, foi chamado à UPA e participou do atendimento. Segundo ele, como o caso é raro em humanos, mas comuns em outros animais, a presença dele foi solicitada. “Em animais trata-se da berne, muito comum e que causa danos. Em humanos, é raro. A criança deve ter batido a cabeça e ficado com o ferimento aberto. De alguma forma, os ovos desses insetos chegaram até a ferida e as larvas se desenvolveram”, disse.
Sem negligência
Miranda declarou ainda que não acredita em negligência da mãe. “Assim que percebeu o problema, ela levou a menina ao hospital. A menina tem muito cabelo, não é uma região que seja visível”, disse.
Procurado, o Conselho Tutelar informou que está apurando o caso, mas que não poderia comentá-lo por se tratar de tema em sigilo de Justiça. A instituição informou, entretanto, que, se ficar constatado algum tipo de maus tratos ou negligência que tenha colocado a vida da criança em risco, a mãe deverá responder judicialmente pelo ato.