Gaeco denuncia deputado estadual Léo Oliveira por corrupção na Operação Sevandija

Segundo MP, parlamentar participou do esquema de indicação de funcionários terceirizados da empresa Atmosphera, no qual outros nove ex-vereadores já são réus na Justiça

Foto: Facebook.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apresentou à Justiça de Ribeirão Preto uma denúncia contra o deputado estadual Léo Oliveira (MDB) por suspeita de participação em um esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Os crimes são investigados pela Operação Sevandija.

O parlamentar, entre janeiro de 2009 e janeiro de 2015, exerceu o mandato de vereador na Câmara Municipal e, nesse período, de acordo com o Ministério Público, teria participado do esquema conhecido como “núcleo da terceirização de mão de obra”, que envolvia contratos entre Prefeitura, Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) e a empresa Atmosphera Construções.

De acordo com as investigações da Sevandija, os cargos nessas empresas prestadoras de serviço – e contratadas pela Coderp – eram ocupados por pessoas indicadas por agentes públicos, especialmente vereadores.

Para o Gaeco, Oliveira foi um dos políticos que aceitaram propina e a possibilidade de indicar apadrinhados para trabalhar na Atmosphera em troca de apoio político às decisões da Prefeitura, então comandada por Dárcy Vera (sem partido), condenada a 18 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.

Pelo mesmo esquema, os ex-vereadores Walter Gomes, Capela Novas, Cícero Gomes, Evaldo Mendonça, José Carlos de Oliveira, Maurílio Romano, Samuel Zanferdini, Genivaldo Gomes e Saulo Rodrigues da Silva, já são réus na Justiça.

Segundo a acusação, Oliveira deve responder por organização criminosa e corrupção passiva. 

A denúncia foi protocolada na Justiça, mas ainda não foi aceita. Procurado, o deputado informou que “Jamais obtive qualquer vantagem indevida. Quando vereador mantive posição independente, inclusive com votações contrárias ao interesse do governo”. Oliveira também informou estar “aberto a colaborar com a Justiça no que for necessário”. 

Operação Sevandija

Deflagrada em 1º de setembro de 2016, a força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal apura o esquema de fraude em contratos de licitações que somam R$ 203 milhões em Ribeirão Preto. Além de investigar corrupção no pagamento de honorários para advogados, por parte da Prefeitura.

Após cinco fases, a operação resultou em nove processos contra 48 réus por crimes como associação criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro.

Entre os acusados estão a ex-prefeita Darcy Vera, afastada do cargo antes do término do mandato e presa há mais de dois anos em Tremembé (SP), ex-vereadores e ex-secretários municipais, também afastados à época.

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