Home Notícias Cotidiano A história do ilustre morador de Ribeirão morto pela explosão da dinamite nos anos 1930

A história do ilustre morador de Ribeirão morto pela explosão da dinamite nos anos 1930

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Esta é a história de um ilustre morador de Ribeirão Preto que, além de prospero comerciante, com sua generosidade contribuiu com muitas das instituições filantrópicas.

Jose Ferreira Martins, de 47 anos, apaixonado por motociclismo, por muito tempo manteve, no ramo comercial de secos e molhados, a conhecida Casa Econômica, à rua Duque de Caxias, número 50 (numeração antiga, era de dois em dois).

Vendeu a casa comercial e adquiriu a fazenda Santa Terezinha, situada próxima da estação Ferroviária de Arantes, pra se ter uma ideia é saindo de Ribeirão rumo a Cravinhos, próximos ao limite municipal. Logo verificou que havia um veio de água em seu terreno, mas uma pedreira impedia de aproveitar esta água. Foi então que resolveu dinamitar.

Em 08 de janeiro de 1938, em companhia do seu filho de 15 anos, Jose Ferreira Martins Junior, quartanista do Colégio Progresso, e de mais duas pessoas – o colono Amadeu Amaral e o pedreiro Constante – dirigiu-se logo pela manhã ao local para dinamitar a pedreira. O seu filho, querendo assistir aos trabalhos, acompanhou.

Naquele dia, preparou então a carga com cerca de 400 gramas de dinamite. Depois de tudo preparado e de manter uma distancia segura, não se sabe se por falta de prática ou motivo que não foi apurado, a dinamite falhou.

Verificado, de longe, que havia falhado, dirigiram-se para o local, resolvendo desencravar a carga e proceder a nova operação para realizar seu objetivo. Mas algo que eles não esperavam ocorreu: a violenta explosão. Jose, que estava mais próximo, teve morte instantânea. Seu filho, que estava mais atrás, foi atingido por um estilhaço no crânio, com perda de massa encefálica. Entre os dois acompanhantes, Amaral teve esmagamento nas pernas e o pedreiro Constante, apenas ferimentos menores.

Os dois feridos gravemente foram socorridos e levado para Hospital da Beneficência Portuguesa.

O colono Amadeu Amaral, submetido a cirurgia delicada, não resistiu, vindo a falecer na madrugada. Já o menino, filho do Jose, se encontrava em estado gravíssimo, sendo considerado pelos médicos difícil a sua recuperação. Aconteceu, entretanto, o contrario que os médicos previam, e Jose Ferreira Martins Junior se recuperou.

Mas ficou com sequelas. O garoto ficou cego totalmente e pode levar sua vida normalmente, mas com esta limitação. Foi, talvez, o primeiro ribeirão-pretano a aprender o sistema Braile; formou-se e ajudou muitos deficiente visuais a aprenderem a linguagem, além de desenvolver obras intelectuais e sociais na cidade de Ribeirão Preto.Opa,

Casou-se e teve três filhas, netos e sobrinhos e bisnetos.

Agora, o fato mais interessante toda essa história foi resgatada pela rede mundial de computadores. Vi uma fotografia de 1918, de uma revista que circulou naquela época, e imaginei que o personagem fosse o parente de um amigo. Postei no Facebook, na página do História Ribeirão-pretana, e logo surgiram os descendentes, filhos, sobrinhos e netos que, nos comentários, enriqueceram a história com detalhes.

Foi, portanto, mais uma historia que foi resgatada, com importantes detalhes.