O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube decide, nesta segunda-feira (28), em reunião extraordinária, quais serão os três indicados do clube o Conselho de Administração da empesa Botafogo Futebol SA (BFSA). Na ocasião, porém em uma reunião ordinária, serão votadas as contas do exercício de 2018, comandado por Gérson Engrácia Garcia.
São duas vagas para membros do Botafogo e uma indicação de um membro independente. Disputam a indicação do Botafogo os conselheiros Alexandre Bortolato, responsável jurídico pelo clube na gestão Gérson Engrácia; o ex-presidente do Conselho Adalberto Griffo e o ex-presidente do Botafogo Vírgilio Martins. O membro independente será indicado pela diretoria e passa por aprovação do Conselho. O nome ainda não foi divulgado.
Os lugares no Conselho de Administração da BFSA estão vagos desde 30 de setembro, quando Miguel Mauad e Rogério Barizza renunciaram aos postos. O membro independente José Armando Calderaro, indicado pela diretoria do Botafogo, também renunciou. O Conselho pediu ainda a renúncia de Luiz Pereira e Gérson Engrácia, outros representantes do Botafogo na BFSA, mas eles permaneceram no cargo.
O mandato dos eleitos vai até maio de 2021. Votam todos os conselheiros que estejam em dia com as obrigações financeiras.
Propostas
Alexandre Bortolato e Virgílio Pires Martins são aliados do atual presidente do clube, Dmitri Abreu. Ambos afirmaram publicamente a necessidade de rediscutir contratos.
“Ajudei a formular o modelo da Botafogo Futebol SA, e ele é muito positivo. Mas, se for eleito, vou cobrar total acesso aos documentos e rediscutir os termos que são injustos e nocivos aos Botafogo Futebol Clube”, declarou Alexandre.
Já Virgílio Martins afirma que é fundamental que o Botafogo seja visto como o sócio majoritário. “Não podemos ter, como coletividade, 60% de uma empresa e nem sabermos o que o sócio minoritário faz. A coletividade botafogense são os donos do Botafogo e temos que ser ouvidos e respeitados”, informou.
Os dois candidatos,que fazem campanha conjuntamente, prometem também acionar o Judiciário, se necessário, para discutir a parceria. “Por seis meses muitas pessoas buscaram interlocução, e é um trabalho improdutivo, não tem adiantado. Precisamos de transparência e o Botafogo vai ser o majoritário. Só conversar não resolve o problema. Vamos buscar a Justiça, se for necessário”, disse.
A reportagem falou com Adalberto Griffo, tradicionalmente um apoiador de Gérson Engrácia, também fala em equilibrar a parceria. “Entendo que a parceria está desequilibrada. Meu projeto, se for eleito, é conversar, fazer a arbitragem”. Ele nega, entretanto, que seja um candidato apoiado por Gérson. “Estou sozinho. Eles [Alexandre e Virgílio] são uma dupla, mas eu sou sozinho. Resolvi colocar meu nome à disposição. Meu objetivo é ser um conciliador”, disse.
O grupo ligado a Gérson Engrácia, por sinal, chegou a ensaiar o lançamento de mais nomes, mas acabou não viabilizando nenhuma candidatura e chegou a reunir um grupo de conselheiros, mas a iniciativa não prosperou. Procurado, o ex-presidente informou que a eleição terá “três grandes botafoguenses” e que não tem candidato. “Tenho certeza que seremos muito bem representados”, disse.
Contas
No mesmo dia, às 18h30, acontece reunião a ordinária do Conselho na qual serão votadas as contas do exercício de 2018, período no qual o clube foi comandado por Gérson Engrácia. O ex-presidente é alvo de um requerimento, assinado por 20 conselheiros, no qual é acusado de gestão temerária por ter assinado contratos com a Botafogo Futebol SA sem o aval do Conselho.
Procurado, Engrácia informou que estará presente no evento, mas ressaltou que não houve nenhuma irregularidade nos contratos assinados. “Fizemos um grande negócio para o Botafogo, e todos os contratos que eu assinei foram legais, assinados com o aval das instâncias necessárias do Botafogo”, detalhou, em entrevista ao Portal Thathi.
Gersinho, que é o atual presidente da Botafogo Futebol SA, declarou ainda, que não irá deixar o cargo. “Estou muito tranquilo, fiz o melhor pelo Botafogo. Podem me expulsar, mas nunca vão apagar a história, o que eu fiz enquanto presidente do Botafogo”, disse.