Há dez dias o casarão que fica na Avenida Saudade, nos Campos Elíseos, ao lado da Igreja Santo Antoninho Pão dos Pobres, pegou fogo. O incêndio começou pela varanda e queimou a parte frontal da casa, vizinhos estão com medo de que outro incêndio aconteça ou parte da estrutura caia sobre alguém. O trânsito na avenida da Saudade, que antes tinha restrição no local foi liberado, mas há um pedido, por parte da igreja, de que o Ministério Público avalie se o local oferece segurança.
Em entrevista ao Grupo Thathi, o Padre Gilberto Kasper contou que segundo o Corpo de Bombeiros o que fez com que a igreja não fosse atingida pelo fogo foi o muro que construído em 2013, que serve para separar a casa abandonada há mais de dez anos da igreja.
A Câmara de Vereadores protocolou na segunda-feira (16) a solicitação junto à Promotoria da Habitação, Meio Ambiente e dos Prédios Tombados para que o local fosse avaliado. “Nesse décimo dia do incêndio nada aconteceu, por isso entramos com uma ação no Ministério Público”, disse o religioso.
Muitas telhas quebradas ainda estão pelo chão do casarão. Portas e janelas estão abertas, e as paredes, como o caso do oitão frontal da casa, está prestes a cair e provocar um acidente contra pedestres e carros estacionados na Avenida Saudade, que não está interditada.
Procurado, o promotor Wanderley Tristão, que responde pelo tema, não pôde falar com a reportagem até a publicação da matéria por estar em audiência. Assim que o fizer, o texto será atualizado.
O casarão
O casarão que foi incendiado era a Sede da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, o imóvel é tomado desde 2009.
Se antes do incêndio a Sede apresentava sinais de abandono e deterioração, agora depois de uma semana, o local está à mercê de vândalos que estão invadindo e levando objetos que não foram queimados. Vizinhos têm chamado a Guarda Municipal com frequência.
“Entendemos que os responsáveis pelo imóvel incendiado devam ser chamados à responsabilidade de isolá-lo e lacrá-lo urgentemente. Contamos com as Autoridades Competentes que tomes as devidas providências”, escreveu o Padre Gilberto Kasper em uma solicitação enviada ao Ministério Público.
“Apenas duas vezes nesses dez anos que eu consegui falar com o inventariante, Dr. José Arnaldo Viana Cione. No dia do incêndio, em 7 de setembro, ele deixou um cartão de visita com a zeladora da igreja e disse ‘qualquer coisa que precisarem é só me ligar’ e já ligamos mais de 20 vezes e não tivemos retorno’.”