SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os deputados Eduardo Suplicy (PT) e o bolsonarista Gil Diniz (PL), tido como braço direito da família Bolsonaro na Assembleia Legislativa de São Paulo, assumiram os cargos, respectivamente, de presidente e vice da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDD).
A composição chama atenção pela ampla divergência ideológica entre Suplicy e Diniz. No entanto, o próprio Suplicy e Beth Sahão, outra petista integrante da comissão, votaram em Diniz para o cargo de vice.
A deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) lançou candidatura à vice, mas teve apenas o seu voto, enquanto o bolsonarista contabilizou oito votos. Já Suplicy foi eleito presidente por aclamação.
A base petista afirma que, ao votar em Diniz, respeitou o acordo de proporcionalidade firmado na Alesp. Com 19 deputados cada, PL e PT/PC do B possuem as maiores bancadas da Casa nesta legislatura.
“O PSOL foi o único partido que não aceitou esse princípio de proporcionalidade. Resolvemos respeitar o acordo, ficamos com a presidência [da comissão], e eles [PL] com a vice”, disse Suplicy.
Aos 81 anos, o petista afirma que está acostumado a conviver com políticos de outras siglas. “Vamos debater sobre os mais diversos problemas, das pessoas em situação de rua, da cracolândia, contra toda ofensa que for realizada pelas forças de segurança”, disse Suplicy.
“O Gil Diniz concordou, por exemplo, com a ideia de levar o médico Drauzio Varella, colunista da Folha, para uma palestra na Comissão, falar da cracolândia”, completou o presidente da comissão.
Procurado pelo Painel, Diniz não deu resposta.
CARLOS PETROCILO / Folhapress