A Rússia e a Ucrânia concordaram sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra, segundo afirmaram os negociadores de ambos países após o encontro diplomático desta quinta-feira, 3. O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada.
O encontro foi o segundo realizado entre os dois países para discutir a invasão russa na Ucrânia. Os resultados obtidos não eram os esperados pela Ucrânia – que exige o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas -, mas foram mais substanciais que o encontro de segunda-feira. Os dois países concordaram numa terceira rodada de negociações, afirmam os negociadores.
Do lado da Rússia, um dos negociadores afirmou que o país está de acordo com os corredores humanitários para civis com o possível cessar-fogo em torno destes locais. “Avaliamos que isso é um progresso substancial”, disse após a reunião, segundo relatado pela Reuters.
A reunião entre os dois países tratou de temas militares e humanitários. Segundo a Rússia, uma futura regulação política do conflito também foi debatida.
A segunda rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia aconteceu em Belovezhskaya Pushcha, na região de Brest, em Belarus e perto da fronteira com a Polônia.
As novas conversas, realizadas no oitavo dia da guerra, deveriam ter começado por volta das 12h GMT (9h de Brasília), segundo o chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, que se referiu à “complexidade da logística do lado ucraniano, que se reúne na Polônia e depois vem para a região de Brest”.
Medinski disse na quarta-feira que na primeira reunião das delegações, em 28 de fevereiro, “algumas propostas russas” relacionadas com um “cessar-fogo imediato” foram discutidas.
Ele afirmou que em alguns deles, “em geral, houve um entendimento na mesa de negociações”, mas em outros, “como era de se esperar, o lado ucraniano levou algum tempo para reflexões e consultas em Kiev”.
A Rússia exige “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia, assim como o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, assim como o status neutro ucraniano em relação à Otan.
Ainda nesta quinta-feira, mais cedo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que queria negociar diretamente com seu colega russo, Vladimir Putin, dizendo que é “a única maneira de parar a guerra” entre a Rússia e a Ucrânia.
“Tenho de falar com Putin porque essa é a única maneira de parar esta guerra”, disse Zelenski em entrevista coletiva, declarando-se “aberto” e “disposto a abordar todos os problemas” com Putin.
(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Agência Estado