RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O empresário chileno Rodrigo Del Valle Mijac foi preso suspeito de ter matado a namorada, a modelo brasileira Nayara Vit, 33. O crime aconteceu há quase dois anos.
Nesta quarta (19), sua prisão foi convertida em preventiva. A modelo morreu em julho de 2021, ao cair do 12º andar de um prédio, em Santiago, no Chile.
Mijac estava com Nayara no momento da queda e disse que ela cometeu suicídio. No entanto, uma testemunha afirmou ter ouvido uma discussão entre o casal, a quebra de um vaso na varanda e, em seguida, um grito de mulher.
A responsável pela investigação, Carolina Fuentes Remy-Maillet, disse que o acusado apresentou uma série de contradições e que os peritos descartaram o suicídio, de acordo com o jornal chileno Meganoticias.
Em depoimento, Mijac afirmou que sua companheira estava sob efeito de álcool e, “sem mencionar nenhuma palavra, correu até a varanda e se atirou”.
A modelo, que vivia havia 16 anos no Chile, participava de um programa televisivo e tinha uma filha de quatro anos de seu primeiro casamento.
Já na época do crime, amigos e familiares contestavam a versão de suicídio. Uma amiga de Nayara, identificada como Marcela Bakit, afirmou ao programa chileno Contigo En La Mañana que estranhou a ausência do empresário no enterro.
“Sei que temos que ter bastante cuidado de atribuir algo a alguém durante uma investigação, mas achei bastante estranho não comparecer ao funeral de sua companheira. Ele não apareceu, não vi flores. É triste porque ela estava cega por essa pessoa”, disse, em 2021.
Ainda em 2021, ao mesmo programa, o irmão de Nayara, Guilherme Vit, disse que que a família foi avisada da morte pelo ex-marido da modelo. Ele também mora no Chile e foi até o local na madrugada da queda. “Ele contou que perguntou para a babá se ela tinha ouvido alguma coisa, e ela contou que ouviu um vaso [que ficava na sacada do prédio] quebrando, ouviu um grito da Nayara e a queda dela.”
Mijac é executivo de uma empresa de soluções de tecnologia que atendia gigantes de outros setores da economia chilena.
BRUNA FANTTI / Folhapress