Polícia acha vala com corpos de fiéis mortos de fome por culto no Quênia

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A polícia do Quênia descobriu a existência de dezenas de corpos de seguidores de um culto que forçava as pessoas a jejuarem até a morte para alcançarem Jesus. Até o momento, o número de cadáveres chegou a 58, afirmaram os investigadores à agência Reuters.

A polícia queniana começou a exumar os restos mortais na sexta-feira (21) em uma vala na floresta de Shakahola, no condado de Kilifi, no leste do país.

Acredita-se que as sepulturas continham os corpos de seguidores da Good News International Church (“Igreja Internacional da Boa Nova”, em tradução livre), uma seita cristã extremista que preconiza que, morrendo de fome, os seguidores encontram o caminho para o céu.

O fundador da igreja, Paul Mackenzie Nthenge, é conhecido por incentivar os fiéis a práticas radicais “pela fé”. As autoridades prenderam o líder do grupo há 10 dias, mas ele negou qualquer envolvimento.

Segundo o jornal britânico Metro, o chefe das investigações local, Charles Kamau, afirmou que a polícia ainda busca por desaparecidos. Os investigadores acreditam que grande parte dos seguidores permanece escondida na mata e jejuando, o que dificulta o trabalho da polícia.

A ação da polícia começou na semana passada, depois que a corporação recebeu a denúncia da existência de corpos de adeptos da igreja dentro de uma vala em um matagal, na sexta-feira.

Já no domingo (23), uma mulher foi localizada pelas autoridades com fraqueza e recusando-se a comer. Ela foi levada a um hospital pelos policiais. Outros 11 seguidores da igreja, sete homens e quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram internados em um hospital após serem retirados da floresta. Outros seis seguidores foram presos.

A polícia confirmou que recebeu relatos de testemunhas sobre várias pessoas “mortas de fome com o objetivo de conhecer Jesus depois que um suspeito, Makenzie Nthenge, pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, fez nelas uma lavagem cerebral”.

Nthenge já havia sido preso indiciado em março depois que duas crianças, cujos pais são membros da seita, morreram de fome. Mas, ele pagou uma fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de R$ 3,7 mil, na cotação atual) e foi solto.

Redação / Folhapress

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