Um estudo da Faculdade de Economia e Administração da USP, publicado no Journal of Economic Development, mostra que cidades que com prefeitas mulheres tiveram desempenho melhor na contenção da primeira onda da pandemia do que aquelas lideradas por homens.
O estudo analisou 1.222 municípios, com base em dados do Ministério da Saúde, do IBGE, do Tesouro Nacional e da Confederação Nacional de Municípios.
Foi usado um modelo de cálculo capaz de comparar as cidades, levando em conta o tamanho, a população, idade, escolaridade, gastos com saúde antes da pandemia e estrutura hospitalar.
O estudo constatou que a eleição de lideranças mulheres estava associada a uma queda de 32% na taxa média de hospitalizações e chegou a 40% no número de mortes.
Enquanto cidades com prefeitos homens tiveram, em média, 58,7 mortes por 100 mil habitantes, municípios com prefeitas mulheres registraram 35,1 mortes por 100 mil habitantes.
O resultado, segundo os pesquisadores, não está relacionado a um investimento maior em saúde. Mas sim às chamadas intervenções não farmacêuticas, como uso obrigatório de máscaras, fechamento de serviços não essenciais, limites em aglomerações, redução de transporte público e adoção de cordões sanitários, que limitam a entrada e saída de pessoas nas cidades.