Governo avalia congelamento temporário dos preços dos combustíveis pela Petrobras

Proposta do presidente Bolsonaro prevê que Petrobras absorva os custos com o aumento do preço do petróleo Foto: Divulgação

A disparada do preço internacional de petróleo com o aumento da tensão com a guerra da Rússia contra a Ucrânia levou o presidente Jair Bolsonaro a colocar em discussão o congelamento temporário do preço de combustíveis pela Petrobras.

Segundo o Estadão,  o custo de não repassar a alta do petróleo no mercado internacional seria bancado pela Petrobras e, em última instância, pelos seus acionistas.

Um dos argumentos que ganha força no governo é o de que a empresa tem custo em real e pode segurar o reajuste nesse período de instabilidade da guerra depois do lucro elevado do ano passado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, teria dado sinal verde para segurar o preço por um período, mas defendeu em reunião com o presidente foco na aprovação do projeto que muda a forma de cobrança do ICMS sobre combustíveis.

O Conselho da Petrobras teria que aprovar a decisão de congelar o preço do combustível. A medida joga pressão no presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que tem mandato no conselho até março e pode até mesmo ser trocado.

A discussão interna sobre o congelamento coincide com a confirmação de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo e engenheiro do setor de petróleo, para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, que poderia conduzir a mudança.

Ontem, após as declarações do presidente Jair Bolsonaro, as ações da Petrobras caíram 7 por cento e a empresa perdeu 29 bilhões de reais em valores de mercado. A bolsa de valores brasileira recuou 2,52%, a maior queda diária em três meses. 

O governo russo alertou que o petróleo pode ir a 300 dólares o barril se os Estados Unidos e a Europa banirem as exportações do país.

E o presidente da Venezuela Nicolas Maduro afirmou que o país pode aumentar sua produção de petróleo para compensar um eventual boicote ao óleo russo.

Segundo Maduro, seu governo iniciou conversas com representantes americanos para que os Estados Unidos afrouxem as sanções impostas às vendas de petróleo venezuelano no mercado internacional.

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