SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de Gabriel Boric, no Chile, apresentou nesta semana dois trens capazes de atingir a velocidade de 160 quilômetros por hora e apontados como os mais velozes da América do Sul.
Os trens devem entrar em operação no segundo semestre e percorrer o trajeto da capital, Santiago, a Chillán, cidade a 370 quilômetros ao sul. Hoje a viagem é feita em aproximadamente cinco horas, e os novos veículos poderão concluir a rota em três horas e quarenta minutos.
Segundo o jornal espanhol El País, a estatal EFE (Empresa de los Ferrocarriles del Estado) investiu US$ 70 milhões (R$ 351 milhões) na compra de seis trens de alta velocidade –os outros quatro serão entregues nos próximos meses pela companhia ferroviária CRRC (China Railway Rolling Stock Corporation).
As novas locomotivas passarão por um processo de calibração e testes pelos próximos seis meses. Depois, devem substituir os atuais trens da rota Santiago-Chillán, que serão utilizados em outros serviços.
O Ministro dos Transportes e Telecomunicações do Chile, Juan Carlos Muñoz, disse que as novas máquinas são as mais rápidas e modernas do continente. Segundo projeções, com a entrada em operação dos seis trens de alta velocidade, o número anual de passageiros passará de 315 mil para 800 mil.
A modernização da malha ferroviária do Chile é uma das prioridades de Boric. Em junho passado, na primeira audiência como presidente no Congresso, prometeu triplicar o número de passageiros de trens no país até 2026. “O Chile merece recuperar sua tradição ferroviária”, disse à época.
Segundo o presidente, o projeto de desenvolvimento ferroviário do governo recupera “o anseio transversal histórico de milhões de pessoas, para possibilitar uma ampla rede de trens no Chile”.
O transporte no Chile se dá principalmente por meio de longas rodovias que percorrem quase a totalidade do país ou, no caso das cargas, por via marítima entre portos. O país tem 4,5 mil quilômetros de extensão de norte a sul e hoje conta com apenas algumas centenas de quilômetros de rede ferroviária.
Redação / Folhapress