Thiago Brennand é obrigado fazer barba, mas escapa de raspar cabelo em 1º dia de prisão

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No primeiro dia como integrante do sistema prisional paulista, o empresário Thiago Brennand, 43, foi obrigado a raspar a barba, usar uniforme de prisioneiros e está sozinho em uma cela do CDP (centro de detenção provisória) 1 de Pinheiros, na zona oeste da capital.

Como está com o cabelo curto, “dentro do padrão de inclusão”, ele conseguiu escapar de ter os cabelos raspados, como ocorre com presos com cabelos mais longos.

Os procedimentos adotados com Brennand, preso por determinação judicial sob a suspeita de uma série de crimes, fazem parte de um “pacote padrão” adotado pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) para qualquer pessoa que ingressa no sistema.

Conforme nota divulgada pela pasta, Brennand chegou ao complexo prisional de Pinheiros por volta das 12h e, assim que chegou, trocou a roupa que usava por um uniforme composto por camiseta branca e calça padrão, na cor cáqui, “com elástico e sem bolso”.

“Ele está preso em uma cela padrão com cama de alvenaria, colchão, chuveiro, pia e vaso sanitário”, diz a nota. Brennand também recebeu um kit higiene e, ainda, prato e talheres de plástico.

Ainda conforme a pasta, ele deve ficar isolado dos outros presos por um prazo que vai de 10 a 30 dias. Só depois, como é praxe, ele pode ser colocado no convício com outros presos. Como é uma unidade chamada de “seguro”, destinada a presos sob suspeita de crimes sexuais, não deve ter problema.

Durante o período de observação, o preso tem direito de receber a visita de advogados. Quando passar a conviver com outros presos, pode ser visitado por familiares, desde que registrados antecipadamente na SAP.

O QUE ACONTECE AGORA COM THIAGO BRENNAND?

Agora, o empresário vai se apresentar para as audiências dos processos pelos quais ele responde. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, uma audiência está marcada para o dia 30 de maio na 2ª Vara de Porto Feliz, sobre o processo em que Thiago Brennand responde pelo crime de estupro.

Além deste, está marcado para o dia 27 de julho outra audiência em relação ao caso da agressão contra a modelo Helena Gomes, em uma academia de luxo na zona oeste de São Paulo.

Brennand, que é réu em oito processos e tem cinco pedidos de prisão preventiva decretados, foi extraditado dos Emirados Árabes e desembarcou em São Paulo no sábado (29). Na primeira noite em solo brasileiro, passou a noite na Superintendência da Polícia Federal.

Ele viajou ao país árabe em setembro do ano passado horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público por agressão. Ao menos no início da sua permanência no país, ele se hospedou no Hotel Rosewood Abu Dhabi, um hotel de luxo possui quartos que, segundo sites de reservas de hotéis, tem diárias que parte de R$ 1.000 e chegam até R$ 39 mil.

Os pedidos de prisão preventiva começaram a ser decretados no dia 27 de setembro do ano passado, quando o empresário não retornou da viagem aos Emirados Árabes.

“[Ele] demonstrou absoluta falta de comprometimento com a Justiça, posto que não entregou o passaporte em cartório na forma determinada e sequer se preocupou em justificar a contento o descumprimento das cautelares impostas”, diz um dos mandados de prisão preventiva contra o empresário.

A reportagem tentou novamente contato com o advogado de Thiago Brennand, Eduardo Leite, na manhã desta segunda-feira (1º), porém não obteve contato.

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ENTENDA OS 5 PEDIDOS DE PRISÃO CONTRA BRENNAND

Os detalhes sobre o quinto pedido ainda não foram divulgados

1 – Após a acusação de agressão à modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, ele teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.

2 – Logo depois, no dia 17 de outubro, a Justiça decretou nova prisão contra Brennand, desta vez sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior paulista.

3 – No dia 7 de novembro, ele teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.

4 – No dia 10 de fevereiro, o empresário teve a prisão preventiva decretada após denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.

5 – No dia 22 de março, foi decretado o quinto pedido de prisão preventiva também por estupro. A reportagem não obteve detalhes sobre a identidade da vítima deste caso.

Redação / Folhapress

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