SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio à vielas da favela do Haiti, na zona sudeste de São Paulo, cerca de 50 pessoas testemunharam, na manhã desta terça-feira (2), a assinatura da parceria do The Town com prefeitura e empresariado que promoverá investimentos em educação, saúde e moradia de mil moradores da comunidade paulista.
Encabeçada pela ONG Gerando Falcões, a iniciativa Favela 3D -que representa os termos digital, digna e desenvolvida- na comunidade do Haiti é fruto de uma parceria entre poder público e grupos como Gerdau e Volkswagen que, ao todo, pretende auxiliar 290 famílias até dezembro de 2024.
Uma das vertentes do projeto é a melhora dos níveis educacionais para os moradores da comunidade. “Dentro das favelas, o analfabetismo chega a 30%. Nos próximos dois anos queremos levar esse índice no Haiti a zero, assim como não teremos nenhuma criança fora da creche”, diz Edu Lyra, empreendedor social da Gerando Falcões.
Segundo ele, São Paulo é uma vitrine para o Brasil e ações como a Favela 3D são fundamentais para desfazer o senso comum sobre as comunidades. “Favela não é uma coisa ruim e não vive só de violência”, diz Lyra.
O patrocínio do The Town ao Favela 3D na comunidade do Haiti faz parte da série de ações “Por Um Mundo Melhor”, iniciativas sociais iniciadas no início dos anos 2000 pelo Rock in Rio, irmão carioca do festival paulista.
Ações ambientais na Amazônia e iniciativas educacionais para jovens das comunidades do Rio de Janeiro são alguns dos exemplos de projetos sociais já promovidos pelo festival.
“Usamos o evento não só como inspiração, mas para atuarmos de forma concreta. Aproveitamos cada edição para escolher um tema onde investiremos recursos do próprio festival para realizar o projeto e damos vitrine”, diz Luís Justo, CEO da Rock World, empresa responsável pelo Rock in Rio e The Town.
De acordo com Justo, em todas as edições dos festivais, ao menos um projeto é selecionado. “Entendemos qual é o tema, conversando com organizações e prefeitura e articulamos soluções conjuntas, porque nem sempre temos condições de fazer sozinhos.”
Além do desenvolvimento econômico da Favela do Haiti, a prefeitura de São Paulo estima que o The Town gere cerca de 20 mil empregos na capital.
“Estamos felizes porque gera renda e movimentação financeira na cidade. É um evento que tem ingressos esgotados, então não podemos deixar de ter um olhar social”, diz o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também esteve no evento.
O The Town, que faz sua estreia daqui a quatro meses, espera receber 500 mil pessoas durante os cinco dias de festival -2, 3, 7, 9 e 10 de setembro- e já tem entradas esgotadas para os dois dias de apresentação de Bruno Mars.
ANDREZA DE OLIVEIRA / Folhapress