Terraplanista faz pichações e quebra imagens de santos em capela no interior de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um terraplanista vandalizou a capela de Nossa Senhora da Piedade, localizada na zona rural de Araras (a 171 km de São Paulo).

No dia 7 de março, pichações com a frase “A Terra é plana pesquise” foram feitas nas fachadas de diversos prédios da cidade.

Na madrugada deste sábado (29), no entanto, além de reproduzir essa frase do lado de fora, o pichador entrou na capela, que pertence à paróquia São Benedito, quebrou imagens de santos, que foram amontoados à frente do altar, e pichou as paredes.

Entre as frases pichadas, o invasor escreveu “A Terra é um círculo plano com uma cúpula acima (o nosso céu)” e “Detalhe importante a Bíblia também diz que a Terra é plana” (citando versículos na sequência).

Na parede do fundo do altar, em frente às imagens quebradas no chão, ele pichou: “Estas estátuas não tiveram poder algum para me impedir de entrar aqui, de movê-las de lugar e de escrever nestas paredes. Teriam elas algum poder para ouvir orações ou livrar do mal aqueles que clamam a elas?”.

Segundo a Polícia Civil, o invasor teria usado um maçarico para destruir a fechadura da porta de entrada da capela, que estava em obras.

“A perícia foi acionada e o caso foi registrado como ‘pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumentos urbanos’, ‘dano’ e ‘ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo’, pela delegacia de Araras”, informou à Folha a Secretaria de Segurança Pública.

A ação do pichador foi repudiada por dom José Roberto Fortes Palau, bispo diocesano de Limeira. Em nota, ele enfatizou a intolerância religiosa.

“A capela foi invadida e teve imagens retiradas de seus nichos e pichações nas paredes com dizeres que demonstram o desrespeito religioso. Em tempos de um comportamento social agressivo, onde destaca-se a violência, o preconceito e a intolerância ao próximo, devemos ressaltar a Carta Magna de 1988, principalmente no tocante da prática da tolerância religiosa e da cultura de paz, respeitando a dignidade e a liberdade de consciência da religião”, disse.

Redação / Folhapress

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