Depois de seis semanas de queda no número de casos, as infecções por covid-19 estão subindo novamente pelo mundo, especialmente em partes da Ásia, disse nesta quarta-feira, 16, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, em coletiva à imprensa. “Esses aumentos estão ocorrendo apesar das reduções nos testes em alguns países, o que significa que os casos que estamos vendo são apenas a ponta do iceberg. E sabemos que quando os casos sobem, as mortes também o fazem”, afirmou.
Tedros disse haver altos níveis “inaceitáveis” da covid-19 em diversos países, principalmente nos quais os níveis de vacinação entre a população suscetível são baixos. Com cada nação lidando com desafios distintos, o diretor reforçou que “a pandemia não acabou”.
Ucrânia
Em relação à guerra na Ucrânia, a autoridade afirmou que a prioridade da OMS segue sendo o apoio aos trabalhadores da área da saúde e aos seus sistemas para que continuem a oferecer cuidado imediato às necessidades da população. Linhas de abastecimento foram estabelecidas para “muitas” cidades ucranianas, disse.
“Mas os desafios de acesso permanecem. Até agora, enviamos cerca de 100 toneladas métricas de suprimentos, incluindo oxigênio, insulina, suprimentos cirúrgicos, anestésicos e kits de transfusão de sangue”. Outros equipamentos, incluindo geradores de oxigênio, geradores elétricos e desfibriladores também foram entregues. Mais 108 toneladas métricas desses materiais devem chegar à Ucrânia, informou Tedros.
Escritório na Polônia
A OMS abriu um escritório em campo na Polônia para auxiliar as operações na Ucrânia e coordenar respostas necessárias para saúde de refugiados. “Mas estamos enfrentando dificuldades financeiras em nossa habilidade para garantir o apoio necessário”, disse Tedros.
O diretor informou que a OMS recebeu apenas US$ 8 milhões em comparação a seu apelo por US$ 57,5 milhões para Ucrânia e países vizinhos. “Montantes enormes de dinheiro estão sendo gastos com armamento. Pedidos aos doadores que invistam para garantir que civis na Ucrânia e refugiados recebam os cuidados que precisam”, disse Tedros.
Desde o início do conflito, com a invasão da Rússia na Ucrânia, a OMS verificou 43 ataques ao setor de saúde e condenou cada um deles.
Agência Estado