RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O primeiro episódio da nova versão do Linha Direta, da Globo, já criou uma polêmica. Nesta sexta-feira (5), Ana Hickmman se pronunciou através de sua assessoria de imprensa lamentando a forma com que o caso Eloá Pimentel foi conduzido, em 2008. A apresentadora se desculpou por ter pedido que Lindemberg Alves ou uma de suas vítimas (Eloá e Nayara) mantidas no cativeiro acenasse para as câmeras durante uma transmissão ao vivo. Na época, ela comandava o programa Hoje em Dia, na Record.
“Ana Hickmann, por meio de sua assessoria de imprensa, lamenta a forma com que o caso Eloá foi conduzido, em 2008. A apresentadora reconhece a atitude errônea que cometeu na época, e pede desculpas para as vítimas e suas famílias”, informou o texto na nota. O comunicado ainda ressalta as ameaças que a empresária passou a sofrer logo após a exibição do episódio.
“A apresentadora vem sofrendo ameaças de morte por meio das redes sociais. As mensagens de ódio despertaram gatilhos emocionais, desencadeados após o atentado que sofreu em 2016, em Belo Horizonte. Ana Hickmann reafirma o seu pedido de desculpas e pede respeito nesse momento”.
A atitude de Hickmann foi lembrada pelos internautas depois que um promotor de Justiça falou sobre a participação da imprensa no caso Eloá. Ele até citou que “uma apresentadora de televisão se colocou na posição de negociadora”, sem citar nomes. Nas redes sociais, o público entendeu que ele estaria falando de Sonia Abrão, que chegou a entrevistar Lindemberg ao vivo. Recentemente, a jornalista disse que “faria tudo de novo”.
Eloá Pimentel tinha 15 anos, quando foi mantida em cárcere privado por cinco dias no apartamento em que morava num conjunto habitacional em Santo André, no ABC Paulista, pelo ex-namorado. O sequestro ganhou grande repercussão e alguns programas chegaram a transmitir ao vivo todo o drama policial. Depois de várias negociações, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) explodiu a porta do imóvel e deteve Lindemberg. Antes da entrada da PM, ele conseguiu balear Nayara e deu dois tiros em Eloá, que chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu.
O Linha Direta remontou o caso Eloá com reportagens da época, entrevistas e simulações. Durante o programa, o apresentador Pedro Bial conversou com Simone Duarte, vizinhada família de Eloá, com o promotor de Justiça, Antonio Nobre Folgado, que fez a análise do desdobramento dos acontecimentos, e com o capitão Adriano Giovanini, o negociador do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE).
Redação / Folhapress