Poucas pessoas na história deste país – ou talvez nenhuma – foram tão revolucionárias quanto este furacão que passou por aqui chamado Rita Lee. Ritinha deixou este plano na noite de ontem – dia 8 de maio – aos 75 anos, em sua residência, ao lado da família e cercada de muito amor. Ela tratava um câncer de pulmão desde 2021. Mas Rita Lee é eterna. Sempre será.
O velório de Rita Lee será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira – 10 de maio – das 10h às 17h.
Obrigada, Rita
Rita revolucionou não só a música popular brasileira, sendo a primeira roqueira do nosso país, como abriu portas para que muitas mulheres pudessem exercer a sua liberdade, na música, no comportamento, nas relações, no sexo, na vida.
Rita Lee virou semente. Rita Lee já era semente. Que germinou quando a chuva molhou o jardim e gerou tantos e tantos frutos. Com seu talento, originalidade, disruptividade, genialidade, autenticidade. Com sua força e sua voz. Obrigada, Ritinha. Santa Rita de Sampa. Nós te amamos. Pra sempre.
Em nós – Rita – você sempre vai estar viva, cheia de graça e fazendo um monte de gente feliz.
Nós, da Novabrasil, apaixonados por Rita que somos – e gratos por tudo o que ela fez pela música popular brasileira – preparamos uma retrospectiva especial da sua vida e obra, que mostram a importância imensa que Rita Lee tem na nossa história.
Caso queira escutar em formato de Podcast, ela também está no Acervo MPB Especial Rita Lee, nossa série original de áudio-biografias.
Se Deus quiser
Um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim
Ah, eu fico contente
E na primavera
Vou brotar na terra
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Banho de sol!
Se Deus quiser
Um dia eu morro bem velha
Na hora H, quando a bomba estourar
Quero ver da janela
E entrar no pacote
De camarote
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Banho de sol!
Baila Comigo – Rita Lee
Pioneira: Rita Lee, a Mãe do Rock Brasileiro
Conhecida como a Rainha do Rock Brasileiro – título que ela considerava cafona e preferia ser chamada de Mãe do Rock Brasileiro – a cantora, compositora, multi-instrumentista e escritora está entre os cinco artistas que mais venderam discos na história da música brasileira: Rita Lee vendeu mais 55 milhões de discos ao longo de mais de 50 anos de carreira – e é uma das mulheres mais influentes do país, conhecida nacional e internacionalmente.
Versátil, além do rock’n roll – que foi o gênero que a lançou em todo o Brasil, quando iniciou a carreira dentro do grupo Os Mutantes e depois à frente da banda Tutti Frutti, – Rita passeou brilhantemente por vários outros gêneros musicais como o pop, as baladas, a música eletrônica e a bossa nova, além do psicodélico, fortemente presente dentro do período tropicalista junto aos Mutantes.
Com mais de 300 composições, Rita Lee foi uma roqueira pioneira no Brasil, quando o gênero era predominantemente dominado por homens e poucas mulheres eram reconhecidas como instrumentistas ou compositoras. Ela tornou-se referência para uma centena de artistas que vieram depois dela na música popular brasileira. É raro encontrar uma cantora brasileira que não tenha Rita Lee como referência e inspiração.
Ativista e feminista, Rita não participou somente de revoluções no que diz respeito à música do nosso país, mas também no que diz respeito à sociedade como um todo, ao comportamento, independência e posicionamento das mulheres em uma sociedade machista e dominada por homens, não somente no rock’n roll. Suas letras fortes e questionadoras foram fundamentais para este movimento, sempre rompendo com as convenções sociais impostas.
Outra área em que Rita atuava ativamente era na dos direitos dos animais e da preservação do meio ambiente.
Rita Lee ocupa a posição 15 na Lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira, criada pela Revista Rolling Stone, em 2008.
Rita Lee Jones
Rita Lee Jones nasceu em 1947, em uma família de classe média de São Paulo, no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho e local pelo qual possui um carinho muito especial, até o fim da vida.
Terceira filha de pai norte-americano e mãe brasileira – por isso o sobrenome Lee Jones – Rita falava fluentemente inglês, francês, castelhano e italiano.
Começou a estudar piano ainda criança, mas sonhava em ser atriz de cinema ou veterinária. Chegou a cursar Comunicação Social na Universidade de São Paulo, mas saiu no primeiro semestre, para dedicar-se à música.
Começou a se interessar mais fortemente por música na adolescência e escutava desde os internacionais The Beatles, Elvis Presley, Rolling Stones e Neil Sedaka, até os brasileiros Cauby Peixoto, Ângela Maria, Emilinha Borba, João Gilberto, Dalva de Oliveira e Maysa.
Ainda adolescente começou a compor suas primeiras canções e a se apresentar em clubes, como integrante do Tulio’s Trio. Em 1963, formou uma banda com duas amigas, as Teenage Singers, e passaram a tocar em festinhas de escola.
No ano seguinte, Rita participou de sua primeira gravação, fazendo os vocais para um álbum do cantor Prini Lorez, da Jovem Guarda.
Os Mutantes
No ano de 1964, as Teenage Singers conhecem o trio de garotos The Wooden Faces, e eles se juntam para formar o Six Sided Rockers, que logo muda de nome para Os Seis e chega a gravar um compacto com duas canções.
Depois de um tempo, dos seis integrantes da banda, sobram Rita Lee, no vocal, e os irmãos Arnaldo Baptista, no baixo, e Sérgio Dias, na guitarra, que passam a se chamar Os Bruxos. Em 1966, Os Bruxos começam a se apresentar como elenco fixo do programa de Ronnie Von, da TV Record, e trocam o nome da banda, inspirados no filme de ficção científica O Império dos Mutantes.
Em 1967, os três participaram da gravação do LP Ronnie Von – nº 3.
Os Mutantes foram a primeira banda do Brasil a fazer uma espécie de rock psicodélico e experimental. Rita, além de cantar e compor, tocava flauta, teclados, percussão, banjo e fazia performances com sintetizadores e objetos inusitados, como foi o caso de uma bomba de dedetização.
Em 1967, Os Mutantes saíram da TV Record e passaram a apresentar-se em outras emissoras. Em uma apresentação no programa Quadrado e Redondo, da Rede Bandeirantes, conheceram o maestro Rogério Duprat, que passou a apadrinhar a banda e tornou-se bastante essencial para a carreira dos Mutantes a partir daí.
O trio passou então a se apresentar nos grandes festivais de música brasileira, em ascensão na época e, foi apresentado a Gilberto Gil por Duprat, que sugeriu que o conjunto acompanhasse Gil nas gravações de Bom Dia, canção que seria defendida por Nana Caymmi (então mulher de Gil) no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, em 1967.
O grupo, apesar de não saber ler as partituras e decifrar a complexidade harmônica dos arranjos elaborados por Gil e Duprat, se saiu muito bem nas gravações e Gil os convidou para acompanhá-lo também na apresentação da sua canção, Domingo no Parque, defendida por ele no mesmo festival.
Na inesquecível apresentação, Rita – com 20 anos na época – além de cantar, aparece com um coração desenhado, como uma tatuagem, no rosto e tocando pratos.
A apresentação de Domingo no Parque foi um sucesso e a canção saiu premiada com o segundo lugar no festival, atrás somente de Ponteio, de Edu Lobo e Capinan. Neste mesmo festival, Caetano Veloso ficou em quarto lugar com a canção Alegria, Alegria, acompanhado dos Golden Boys.
A Tropicália
As apresentações de Domingo no Parque e Alegria, Alegria foram decisivas para a consolidação de um movimento que transformou a música brasileira para sempre: o Tropicalismo. E a participação de Os Mutantes ao lado de Gil no Festival de 1967, fez com que a banda se aproximasse de vez do movimento.
Junto com outros grandes nomes da música popular brasileira, como Gal Costa, Torquato Neto, Capinan e Tom Zé – o Movimento Tropicalista foi um movimento de contracultura, que transcendeu tudo o que já havia em termos de produção artística no Brasil.
A Tropicália contemplou e internacionalizou a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. O movimento surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo, misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais, para criar algo inovador, que interviesse na cena de indústria cultural e de cultura de massas da época. E que representasse uma mudança de parâmetros, que atendesse também aos anseios da juventude da época.
Em 1968, Os Mutantes e suas guitarras distorcidas participaram – ao lado de seus companheiros de movimento Tropicalista – do álbum Tropicália ou Panis Et Circense. Entre as canções com participação de Os Mutantes, estão, além de Panis Et Circense (de Caetano e Gil, composta especialmente para o trio); Parque Industrial (de Tom Zé); e Hino Ao Senhor do Bonfim (de João Wanderley e Petion de Vilar).
Tropicália foi eleito o 2º maior disco de música brasileira da história, pela Revista Rolling Stone Brasil, em lista elaborada em 2007.
O primeiro álbum solo e a saída dos Mutantes
Também em 1970, Rita Lee lança o seu primeiro álbum solo, mesmo acompanhada dos Mutantes: Build Up. O álbum conta com canções de Rita em parceria com Arnaldo e com Élcio Decário, além de uma composição solo da cantora: Viagem ao Fundo de Mim.
Também está no disco uma versão de Nara Leão para a música Joseph (José), de Georges Moustaki, que foi o primeiro single solo gravado por Rita, além da regravação de And I Love Her, dos Beatles Lennon e McCartney.
Em 1971, Os Mutantes lançam o clássico álbum Jardim Elétrico, em que aproveitam algumas faixas gravadas em Paris e utilizam instrumentos fabricados por Cláudio Baptista, irmão mais velho de Arnaldo e Sérgio. Entre as canções, estão a que dá título ao disco, além de Tecnicolor, El Justiceiro e Virgínia; todas composições do trio; além do grande sucesso Top Top, dos três com Liminha.
O disco ocupa a posição 72 da lista da Revista Rolling Stone Brasil.
Em 1972, lançaram o álbum Os Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets, em homenagem ao amigo Tim Maia, que apelidava de “baurets” os seus cigarros de maconha. Esse disco já traz uma inclinação ainda maior da banda para o rock progressivo e tem como maior sucesso a clássica Balada do Louco, uma das canções mais importantes do grupo e da música brasileira.
Esse foi o último disco da banda com a participação de Rita Lee. Segundo a própria conta em seu livro, Rita Lee, uma Autobiografia, Arnaldo teria a expulsado da banda, alegando que ela não tinha o virtuosismo necessário para os novos rumos do rock progressivo que a banda estava almejando.
Além disso, a relação de Rita e Arnaldo, que namoravam desde 1968 e tinham se casado um ano antes, tinha chegado ao fim. Rita escreveu também no livro que o casamento, na verdade, foi apenas uma desculpa para ganhar independência dos pais e, na volta da lua-de-mel, o casal – inclusive – rasgou a certidão de casamento no programa de Hebe Camargo.
Ainda em 1972, Os Mutantes lançariam o disco Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida. Mas, como a banda já havia lançado um disco naquele ano, a gravadora decidiu lançá-lo apenas creditado como sendo de Rita, que já encaminhava-se para o que seria o início de uma carreira de muito sucesso, fora de Os Mutantes.
Entre as canções do disco estão: além da faixa título, de autoria do trio, Vamos Tratar da Saúde e Teimosia, de Rita, Arnaldo e Liminha.
Carreira solo, a banda Tutti Frutti e os primeiros e antológicos álbuns
Já fora dos Mutantes, em 1973, Rita Lee passou a formar, ao lado da amiga, cantora, compositora e guitarrista Lúcia Turnbull, a dupla de folk-rock, As Cilibrinas do Éden. Sentindo a necessidade de uma banda de rock que as apoiasse, logo juntam-se ao guitarrista Luis Sérgio Carlini, ao baixista Lee Marcucci e a outros músicos, para formar a banda Tutti Frutti.
O grupo, que recebeu este nome por conta do nome do show de lançamento de Rita Lee em carreira solo, passa a ser a banda de apoio de Rita pelos próximos anos. Na banda, nossa musa, além de cantar e compor, tocava variados instrumentos.
Em 1974, Rita Lee & Tutti Frutti lançam o seu primeiro disco, Atrás do Porto Tem Uma Cidade. A maioria das canções são composições solo de Rita, como as clássicas Mamãe Natureza e Menino Bonito, além de três músicas em parceria dela com Carlini e Marcucci.
Em 1975, com novos integrantes e já sem Lúcia, Rita Lee & Tutti Frutti lançam o histórico álbum Fruto Proibido, que ocupa a 16ª posição na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, da Rolling Stone Brasil e é considerado um dos principais discos do rock brasileiro de todos os tempos. Considerado uma obra prima da nossa música, o disco dialoga com as mudanças sociais, políticas e culturais do Brasil na época.
Com influências do rock, do blues e do pop, o disco traz vários grandes sucessos da cantora e grandes clássicos da música brasileira, como Agora Só Falta Você (parceria entre Rita e Carlini) e Esse Tal de Roque Enrow (de Rita e Paulo Coelho, que narra um diálogo irônico entre um psiquiatra e uma mãe que procura uma solução para a filha, apaixonada pelo movimento rock’n roll).
Além dessas, as composições solo de Rita: Luz Del Fuego – que homenageia a famosa feminista Dora Vivacqua, que usava o pseudônimo que dá nome à canção, e fala da luta, da força e da coragem da mulher – e Ovelha Negra, ambas composições solo de Rita.
Ovelha Negra é uma das canções mais famosas da carreira da cantora e a consolidou definitivamente como uma das maiores artistas do nosso país, sendo chamada – a partir de aí – de Rainha do Rock Brasileiro.
Ainda em 1975, Rita Lee & Tutti Frutti se apresentaram na primeira edição do festival Hollywood Rock.
Em 1976, lançaram o álbum Entradas e Bandeiras, que conta com a clássica canção Coisas da Vida (composição solo de Rita); além de Corista de Rock (de Rita com Carlini) e Bruxa Amarela (de Raul Seixas e Paulo Coelho).
Neste mesmo ano, Rita conheceu o multi-instrumentista e compositor Roberto de Carvalho, que entrou para a banda Tutti Frutti como tecladista e tornou-se parceiro de Rita na música e no amor desde então e até os últimos dias de sua vida. Juntos, eles tiveram três filhos, entre eles o músico Beto Lee, que também entrou como parte da banda de Rita mais para frente.
A fase mais Pop e o pioneirismo em falar sobre o prazer sexual feminino
O primeiro disco dessa nova fase é o álbum Rita Lee, de 1979, que conta com quase todas as faixas em parceria com Roberto de Carvalho – que, além de marido, músico e parceiro de composição, passa também a ser maestro e produtor de seus trabalhos.
Entre elas, os super sucessos Mania de Você, uma das canções mais famosas de Rita, Chega Mais e Papai Me Empresta O Carro, além de Doce Vampiro (composição solo da cantora) e Arrombou a Festa II, continuação do sucesso em parceria com Paulo Coelho.
Rita Lee foi a primeira mulher a falar abertamente sobre a sexualidade e o prazer feminino, sem tabus, de uma forma livre, do ponto de vista da mulher, mostrando que as mulheres também são livres e podem sentir o quanto de prazer elas quiserem.
Até aquele momento, tocar nesse assunto era totalmente incomum, principalmente em letras de música (a maioria das canções ainda eram compostas por homens), e os movimentos feministas estavam começando a reivindicar a liberdade sexual para as mulheres.
Rita Lee também trouxe para as suas letras – pela primeira vez – outros temas que eram considerados tabus femininos, como a menstruação, a TPM, a menopausa, a opressão e a equidade de gênero, abriu espaço para muitas compositoras que vieram depois falarem abertamente sobre o prazer feminino e a liberdade em suas canções.
Em 1980, nossa musa lançou mais um álbum intitulado Rita Lee, um dos mais conhecidos de sua carreira, sucesso absoluto de vendas e que projetou a artista no cenário internacional, tendo sido lançado na Europa e América do Norte.
Esse álbum também é considerado uma obra prima – não mais do rock – mas sim do pop brasileiro. Traz as clássicas canções:
- Lança Perfume;
- Bem-me-Quer;
- Caso Sério;
- Nem Luxo, Nem Lixo (essa e as anteriores em parceria com Roberto);
- além de Baila Comigo e Orra Meu, composição apenas de Rita.
Em 1981, vem o lançamento do disco Saúde. Todas as faixas são parcerias com Roberto, menos uma versão inglês da sua já clássica Mamãe Natureza, que tem a participação de Lúcia Turnbull. Entre os sucessos, estão a revolucionária e libertadora Banho de Espuma (que chegou a ser banida pela censura da ditadura e teve que mudar alguns trechos) e a clássica Mutante, além do hit da faixa título.
Em 1982, Rita lança o álbum Rita Lee e Roberto de Carvalho, com grandes hits da dupla, como as canções Flagra e o hino feminista Cor-de-Rosa Choque.
A faixa Brazil com S teve participação de João Gilberto. Sucesso de vendas, o disco virou um musical para a TV Globo, chamado O Circo, nome da última canção do LP, que conta a história de um palhaço, triste por ser rejeitado pela bailarina do circo.
Ao longo dos anos, Rita escreveu um legado que ficará para sempre marcada na música brasileira.
Aposentadoria dos palcos. Da música, jamais!
Com 65 anos, Rita anunciou a sua aposentadoria dos palcos. Mas jamais da música, como ela mesma declarou.
Ainda em 2012, Rita Lee desfilou no carnaval paulista, pela escola Águia de Ouro, que trouxe o tema da Tropicália, ao lado de outros ícones do movimento como Caetano e Gil. Rita usou o mesmo e famoso vestido de noiva de Leila Diniz, que tinha usado no Festival de 1968 e nunca devolveu.
Rita Lee fez ainda um show, no dia 25 de janeiro de 2013, no Vale do Anhangabaú, em comemoração aos 459 anos da cidade de São Paulo, cidade em que nasceu. Durante a apresentação, Rita disse: “Daqui eu não saio”. A relação de Rita Lee com São Paulo é tão forte, que Caetano Veloso, em sua famosa canção em homenagem à cidade, Sampa, cita a cantora: “Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução”.
Em 2014, Rita – já mais reclusa – decidiu deixar de pintar seus famosos e marcantes cabelos vermelhos e assumir uma das “grisalhices” mais famosas do Brasil. Disse que queria ficar anônima. Como se fosse possível.
No mesmo ano, Rita foi homenageada no teatro, com o musical Rita Lee Mora ao Lado, tendo a atriz Mel Lisboa interpretando Rita.
Em 2016, a cantora lançou o livro Rita Lee: uma autobiografia, com a participação do jornalista e estudioso do legado cultural da artista, Guilherme Samora. O livro tornou-se um sucesso de crítica e de vendas e Rita ganhou prêmios como autora.
Antes disso, Rita já havia escrito – entre 1986 e 1992 – quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Dr. Alex. E, em 2013, o livro Storynhas, ilustrado por Laerte.
Agora em 2023, Rita lançou uma segunda parte de sua obra anterior: “Outra Autobiografia”. O novo livro já está em pré-venda e chega ao mercado em 22 de maio, data escolhida especialmente por ser o dia de Santa Rita de Cássia.
A nova autobiografia de Rita Lee retrata os últimos três anos da roqueira que – enquanto o mundo passava por uma pandemia – foi diagnosticada com câncer no pulmão.
“(…) quando decidi escrever Rita Lee: Uma autobiografia, o livro marcava, de certo modo, uma despedida da persona ritalee, aquela dos palcos, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, comentou a artista no pré-lançamento.
Rita Lee traz, no seu jeito de escrever, a mesma franqueza, honestidade, coragem, ironia, intensidade e amor que sempre levou aos palcos e em sua música. Desta vez, ela se aproxima ainda mais do seu público, ao contar detalhes de seu tratamento, falar da rotina, dos avisos do Universo, de seres de luz e dos caminhos que a vida tomou.
Confira uma playlist com os maiores sucessos da nossa eterna Musa, Rainha, Mãe do Rock Brasileiro, furacão que passou por esse mundo: Rita Lee!