SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Suprema Corte do Paquistão ordenou que a agência anticorrupção do país liberte o ex-primeiro-ministro Imran Khan, informou a emissora local Geo News nesta quinta-feira (11). Após ser preso na última terça (9), Khan foi indiciado sob a acusação de ter vendido ilegalmente presentes do Estado durante seu mandato, de 2018 a 2022, o que causou uma onda de protestos no país do sul asiático.
Sete dirigentes do Movimento Paquistanês pela Justiça, ou PTI, foram presos e acusados de promover as manifestações a favor do correligionário que já deixaram nove mortos e mais de 2.000 presos. Os simpatizantes de Khan acusam as Forças Armadas de orquestrar sua destituição do poder em abril do ano passado -alegação que os militares negam.
Na quarta-feira (10), apoiadores do líder bloquearam estradas na capital, Islamabad, e na vizinha Rawalpindi. Em Peshawar, a multidão destruiu o monumento Chaghi, uma escultura com forma de montanha que celebrava o local do primeiro teste nuclear do Paquistão.
Os protestos fizeram o governo aprovar, na quarta-feira, o envio de tropas do exército a Punjab, a província mais populosa, e à capital. Segundo a polícia de Islamabad, o exército já havia entrado na parte mais sensível da cidade, onde ficam os prédios do governo.
Disputas políticas são comuns na nação do Sul asiático, comandada por militares em boa parte de sua história e onde nenhum premiê completou um mandato inteiro. Antes de ser preso, Khan pressionava o frágil governo de coalizão a realizar eleições antecipadas. A prisão também ocorre num momento em que o país sofre com sua pior crise econômica em décadas, com inflação recorde e crescimento baixo.
Em novembro, o ex-premiê foi baleado durante protesto em que exigia eleições antecipadas. O ato fazia parte de sua “longa marcha” que partiu de Lahore em direção a Islamabad -à medida que o comboio passava por cidades, ele subia em um palanque improvisado num caminhão para discursar a multidões.
O atual primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, acusado por Khan de envolvimento no ataque, afirmou que as declarações sem provas “não poderiam ser permitidas nem toleradas”
Redação / Folhapress