Senado cria comissão que vai investigar esquema de apostas no futebol

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os líderes do Senado decidiram, nesta quinta-feira (11), criar uma nova comissão temática, a de Esporte, que terá como primeiro objetivo se debruçar sobre o esquema de apostas no futebol brasileiro.

O acordo foi firmado durante reunião entre líderes da Casa, e o nome mais cotado para assumir a presidência do grupo, por enquanto, é o do ex-jogador Romário (PL-RJ). A expectativa é que ela seja formalmente iniciada na próxima semana.

“Na reunião de líderes todos nós concordamos em ter a comissão de esporte e ela já começar a investigação sobre manipulação de resultados no futebol”, afirmou o senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

O movimento também deve atender a uma reivindicação da oposição, que acabou ficando comissão na divisão atual temática do Senado.

Também é possível que a Casa crie uma Comissão de Comunicação, que tem como favorito para seu comando Eduardo Gomes (PL-TO).

Segundo senadores que estiveram no encontro, a ideia é que a Comissão do Esporte trabalhe paralelamente e em sintonia com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que deve ser aberta na Câmara dos Deputados.

A movimentação acontece após a deflagração da Operação Penalidade Máxima, que surgiu no Ministério Público de Goiás e até agora já investiga 13 partidas e oito jogadores das séries A e B.

Nesta quarta-feira (10), o ministro da Justiça se Segurança Pública, Flavio Dino, ordenou que a Polícia Federal também investigue a manipulação de apostas esportivas.

A CBF enviou ofício ao ministério no qual afirma que tem adotado providências para censurar e punir tais práticas. A confederação, porém, diz não ter poder de polícia e sugere ao ministro que seja designada uma força-tarefa que possa centralizar e controlar as investigações.

A confederação diz ainda que não pretende suspender o campeonato nacional neste momento.

AFASTADOS

Até agora, nove jogadores foram afastados por seus clubes após ter sido citados por apostadores ou em conversas com líderes da quadrilha pelo WhatsApp:

– o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos;

– o volante Fernando Netto, do São Bernardo;

– o zagueiro Kevin Lomônaco, do Red Bull Bragantino;

– o zagueiro Vitor Mendes, do Fluminense;

– o lateral Pedrinho e o meia equatoriano Bryan García, do Athletico Paranaense;

– o volante Richard, do Cruzeiro;

– o lateral Nino Paraíba, do Amética-MG;

– o lateral Moraes, do Juventude.

A reportagem solicitou um posicionamento de todos os atletas afastados. As assessorias de Eduardo Bauermann, Fernando Neto, Kevin Lomônaco, Vitor Mendes e Nino Paraíba informaram que eles não vão se manifestar neste momento. Athletico e Cruzeiro não responderam às solicitações a respeito dos atletas citados.

Em nota, a defesa de Moraes informou que ele passou a colaborar com as investigações e, assim, deixa de ser réu para ser testemunha.

“A defesa do atleta reforça que Moraes, a todo tempo, disse a verdade e colaborou para a instrução do processo da melhor maneira, por isso passou a ser testemunha, não figura mais como investigado/réu, mas, sim, após a homologação do acordo de não persecução penal, colaborador/testemunha.”

Ao jornal Correio do Povo, a defesa de Bruno Lopes de Moura criticou a prisão temporária do atleta, sem se referir diretamente à acusação.

No total, são 36 os citados em aplicativos de mensagens que estão sob investigação.

JOÃO GABRIEL E THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress

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