Como técnicos, jogadores e dirigentes reagiram a caso de apostas no futebol

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os jogos pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro foram tomados por perguntas sobre a “Operação Penalidade Máxima 2”, investigada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

O UOL separou as principais falas de treinadores, dirigentes e jogadores sobre o episódio que tem 53 atletas citados nominalmente em provas.

**Santos**

Odair Hellmann: “Sou treinador de futebol, entro no aspecto de dizer que todos ficamos tristes. Conheço o Eduardo desde os dez anos, é um companheiro, mas, como qualquer ser humano, cometeu um erro. Se julgado, comprovado e associado, que pague a sua pena, que tenha a responsabilização, isso serve para nós todos. Isso é uma parte. A outra é que nós temos que seguir adiante, ir em frente. Somos profissionais, a resposta foi o hoje”.

O zagueiro Eduardo Bauermann é investigado por combinar cartões em um esquema de apostas esportivas.

Alison: “É um momento difícil, não dá para negar. Os últimos acontecimentos chatearam muito a gente. Também sentimos, é nítido, não posso negar aqui, mas nossa vida continua”.

**Grêmio**

Renato Portaluppi: “É lógico que a notícia, no geral, é mais um escândalo no futebol brasileiro. Nós, profissionais que trabalhamos com isso, sentimos, porque, se for realmente provado, é um escândalo muito grande, mas, no Grêmio, pode ficar tranquilo que não tem nenhum jogador”.

Presidente Alberto Guerra: “A primeira coisa que fizemos foi falar com o atleta [Nathan], que está muito tranquilo. Disse que foi procurado, mas rechaçou de primeira, que jamais faria isso, se colocou à disposição de colaborar, entrar nas contas dele, mexer no celular. Não foi no Grêmio que aconteceu, as mensagens que chegaram não falavam com ele, deixa muito fragilizada essa citação. Confiamos no nosso atleta, ele com a cabeça boa, queria ir pro jogo, decidimos mantê-lo”.

Nathan teve o nome citado em conversas entre os envolvidos no esquema, como os apostadores e intermediários.

**Internacional**

Mano Menezes, à Globo: “Nós temos plena confiança no Maurício. Ninguém tem dúvida internamente e já está comprovado isso. Temos que ter todos os cuidados, com quem falamos, com quem não falamos, e nossas atitudes serem sempre na linha da honestidade no futebol”.

Maurício, afastado do jogo contra o Athletico, teve o nome citado em conversas entre os envolvidos no esquema, como os apostadores e intermediários.

**Goiás**

Emerson Ávila: “Os órgãos responsáveis por gerir o futebol precisam de medidas severas para que tente conter isso ao máximo, que pode trazer grandes prejuízos ao futebol”.

**Palmeiras**

Abel Ferreira: “Futebol é maior que todas as polêmicas, sobreviveu a tudo e vai continuar a sobreviver. O que posso dizer é lamentar, mas futebol para mim é o que vocês assistiram hoje. Todo o resto, acredito que as autoridades vão fazer o trabalho”.

Raphael Veiga: “Nós, jogadores, conversamos. É uma situação delicada. A gente conversou, eu acompanhei sim o que está saindo. Tenho princípios, valores e coisas que não negocio. Para mim, é uma parada que eu não gosto. Não faço, não curto. Não vou ficar aqui apontando o dedo, não vou julgar ninguém, mas eu, Raphael, não gosto e não faço”.

Luan: “Vou falar por mim, eu não gosto, eu nunca fiz e eu nunca vou fazer, só isso que eu tenho para falar. Esse é o meu caráter, isso foi o que eu aprendi. Futebol é o sonho da minha vida, a paixão da minha vida. E eu não me trairia a esse ponto, entende? Não julgo ninguém, cada um tem a sua realidade, suas escolhas. Mas como falei antes: nunca fiz, nunca farei e não concordo também com quem já fez ou com quem faz”.

**Flamengo**

Everton Ribeiro: “É muito triste. A gente luta tanto para chegar nessa posição que estamos hoje, nós somos exemplos. Não julgo quem faz, mas sei que é errado. Cada um sabe onde o calo aperta, mas a gente sabe que tem que ser punido, investigado e ser rígido para que não aconteça. A gente precisa cuidar do futebol e ter responsabilidade no que a gente faz”.

**Corinthians**

Luxemburgo: “Eu estou achando ótimo isso [investigação] acontecer. Quem tiver que se ferrar, que se ferre, essa é a realidade. Não tem como você preservar ninguém que faz coisas erradas e prejudica todo um processo do futebol. Onde o dinheiro está chegando? O problema são os donos das casas de apostas? Não. Eles são donos de uma coisa, o problema está na relação onde você fica vulnerável. Tem que punir todo mundo doa a quem doer. Se tiver falcatrua, tem que punir.”

**Botafogo**

Marçal: “No meu caso, por exemplo, foi no ano passado, contra o Flamengo, que eu tomo um cartão por reclamação. Não me lembro o lance, mas perdemos o jogo em casa. Depois, recebi uma mensagem no Instagram: ‘Pô, Marçal, tomando cartão por reclamação? Mais vale ganhar dinheiro com isso. O que você acha?’. E aí dei uma resposta que não se deve falar na televisão e nunca mais tive contato. Espero que o pessoal também possa investigar esse tipo de gente que acaba ganhando mais do que perdendo nessas apostas porque realmente uma coisa está ligada na outra.”

**São Paulo**

Dorival Júnior: “Lamentável tudo isso, triste. Só que prefiro aguardar um pouquinho para que apurem todas as situações, e depois apontemos o dedo. Muitos nomes estão sendo ventilados e, de repente, não temos comprovação de nada. Temos que ter muito respeito com essas pessoas, entendemos que é um momento muito delicado, porém sem acusar até que se comprove alguma coisa. Se alguém participou, naturalmente tem que ser punidos pela gravidade da situação.”

Redação / Folhapress

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