FOLHAPRESS – Uma avó muito divertida, que criava personagens e inventava brincadeiras nos momentos em que passava com o neto Arthur. Esta era a versão vovó da cantora Rita Lee, segundo conta a escritora Camila Fremder, mãe do menino de cinco anos, fruto do seu relacionamento com Antônio Lee, filho caçula da roqueira e de Roberto de Carvalho.
“Ela tinha esse espírito de criança. Eles se conectavam, era muito bonitinho de ver”, diz Camila à coluna. “Ela também tinha uma coisa de imitar vozes e de às vezes mudar de personalidade. Ele ia nessa graça dela e fazia amizade com a nova personagem que ela estava interpretando. Eles davam muita risada com isso”, relembra. Rita Lee morreu na segunda (8).
Da avó famosa, Arthur também herdou a paixão pelos animais e o privilégio de poder saber mais sobre as histórias escritas por Rita em seus livros infantis. Camila conta que o filho costumava perguntar sobre Alex, o ratinho de laboratório que a cantora adotou e que virou protagonista de quatro livros lançados por ela entre 1986 e 1992: “Dr. Alex”, “Dr. Alex e os Reis de Angra”, “Dr. Alex na Amazônia” e “Dr. Alex e o Oráculo de Quartz”.
“O Arthur é muito curioso e perguntava coisas como: ‘Vovó, me conta da vez que o ratinho te deu um susto'”, relembra ela.
Camila e o ex-marido, Antônio, contaram juntos para Arthur que a vovó Rita virou “estrelinha”. “Ele já sabia que ela estava doente e falou: ‘Poxa, papai, que triste isso. Você deve estar muito triste.”
O menino escreveu uma carta para a cantora. “Ele fez um desenho dele com o pai, a vovó Rita, discos voadores e um céu. E escreveu: ‘Vovó Rita, eu te amo e papai também'”, conta Camila, com a voz embargada.
Foi de Arthur a ideia de soltar um balão com o texto para homenageá-la. “Ele falou: ‘A gente pode comprar um balão para amarrar a carta. Ele vai para o céu e a vovó pega'”, relata Camila. “Vamos fazer isso neste fim de semana”, completa.
Ex-nora de Rita Lee, ela falou que o marido da cantora, Roberto de Carvalho, e os três filhos do casal estão muito próximos neste momento, apoiando um ao outro. “Na terça [9], a gente ficou o dia todo na casa do Roberto, só assistindo coisas na TV sobre ela. E isso estava fazendo bem para ele, ele estava gostando de rever e revisitar a trajetória da Rita.”
MÔNICA BERGAMO / Folhapress