SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Minas Gerais afirma que vai encerrar nos próximos dias a investigação sobre o acidente de avião que matou Marília Mendonça em 2021.
O inquérito será concluído após a divulgação do relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) sobre o caso.
“De posse das informações técnicas relacionadas à aeronave, a PCMG informa que concluirá as investigações nos próximos dias. Após a finalização dos trabalhos de polícia judiciária, o resultado será amplamente divulgado por meio de coletiva de imprensa”, diz a Polícia Civil.
O relatório cita que o piloto fez “avaliação inadequada” na aproximação para pouso: “Houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”.
A aeronave bateu em um cabo de uma torre de distribuição da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). A linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo local.
O Cenipa ressalta que o relatório não foi feito para estabelecer culpa no acidente. O laudo tem o objetivo de sugerir medidas para aprimorar a segurança aeronáutica e evitar novos acidentes.
O advogado da família de Marília Mendonça descarta falha humana: “As opções e as decisões tomadas pelo piloto na ocasião não foram tidas como irregulares. Ainda que ele tenha mudado o plano de voo, estava dentro daquilo que é de possibilidade do piloto, então a gente vai agora para a questão do obstáculo”, avalia Robson Cunha.
Para o advogado da filha do piloto, a Cemig é responsável pelo acidente. “Eles tentam arrumar alguma coisa para não dizer só que foi a Cemig. O simples fato de mandarem sinalizar a linha e emitirem uma carta de aproximação visual, que já deveria estar lá e não estava, confirma que o piloto não teve nada que ver com isso”, afirma ao UOL Sérgio Alonso.
Redação / Folhapress