SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O pedido para que Gabriel Menino, volante do Palmeiras, seja ouvido na CPI das Apostas é só um dos quase 100 requerimentos apresentados pelos deputados que compõem a comissão da Câmara. Por enquanto, não há previsão para que a enorme maioria dessas solicitações seja sequer discutida.
A CPI da Manipulação de Resultado em Partidas de Futebol teria sua segunda reunião ordinária nesta terça-feira, às 15h. Na inicial, foram escolhidos o presidente e os vices, e apontado o relator, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
Na pauta, também está a votação de 10 requerimentos diferentes, que tratam somente da convocação de Fernando Cesconetto e Cyro Terra Peres, promotor e procurador-geral do Ministério Público de Goiás, e de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, responsável pela denúncia que originou a Operação Penalidade Máxima.
Também há previsão de votação de requerimentos para solicitar que o MP de Goiás compartilhe com a CPI os documentos relativos à Penalidade Máxima.
A CPI já havia recebido outros 86 requerimentos solicitando a convocação de pessoas para depor na CPI. A lista inclui jogadores citados nas investigações do MP-GO, como Eduardo Bauermann, Richard, Nino Paraíba, Matheus Gomes, Fernando Neto, Gabriel Tota, Igor Cariús, Paulo Miranda, Victor Ramos, Moraes e Kevin Lomonaco. Entre os jogadores, Menino é o único que nunca foi citado em investigação de manipulação de resultados.
Há requerimentos, também, para que sejam convocados os presidentes de Fluminense, Flamengo, Botafogo, São Paulo, América-MG, Náutico, Ceará, Avaí, Red Bull Bragantino, Coritiba, Cuiabá, Juventude, Internacional, Fortaleza, Ceará e Santos. A lista não guarda relação com a lista de clubes com jogadores investigados.
Deputados ainda apresentaram requerimentos solicitando que sejam ouvidos membros do governo, como os ministros Flávio Dino (Justiça) e Ana Moser (Esporte), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, representantes de diversas casas de apostas, cartolas como Ednaldo Rodrigues (presidente da CBF), Wilson Seneme (presidente da Comissão Nacional de Arbitragem) e Salmo Valenti (Presidente da Associação Nacional dos Árbitros do Futebol), e entidades ligadas ao setor de apostas.
Entre os pedidos, outros dois chamam atenção: do árbitro Anderson Daronco, feito pelo deputado Luciano Vieira (PL-RJ), sob o argumento de que sua convocação “visa colher com seu depoimento informações que contribuirão substancialmente para o desenvolvimento dos trabalhos desta CPI”, e do jornalista André Rizek, que em 2005, denunciou a Máfia do Apito.
O deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA) acredita que o hoje apresentador do SporTV “ajudará a entender o que vem ocorrendo com o futebol brasileiro que de tempos e tempos é surpreendido com escândalos de manipulação no resultado de partidas para benefício de determinados grupos.”
DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress