SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A filha do agricultor Wladmyr Baggio, 56, e o marido dela foram presos nesta segunda-feira (22) sob suspeita de serem os mandantes da morte de Baggio e do irmão dela, Vitor More Baggio, 22. Eles foram assassinados na zona rural de Votuporanga (a 521 km de São Paulo) no dia 11 deste mês.
Segundo a Polícia Civil, Viviane More e o marido Carlos Ramos contrataram os assassinos por R$ 30 mil.
Em nota, a advogada Mariflavia Peixe de Lima, que defende o casal, condenou qualquer afirmação antes da sentença transitada em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso).
“Segundo a Constituição Federal e pelo princípio da inocência, todos são inocentes até uma sentença de condenação transitada em julgado. Os investigados têm direito à ampla defesa e o contraditório. Qualquer afirmação sobre a situação antes de uma sentença transitada em julgado, essa defesa abomina”, disse.
De acordo com o delegado Rafael Latorre, que investiga o caso, a mãe da suspeita só não teria sido morta porque no dia do crime ela havia viajado e não estava na propriedade rural da família. A motivação seria o interesse pela herança.
“A filha teve uma desavença com a família e desde outubro eles não tinham mais contato. Com o crime, que tinha o objetivo matar as três pessoas, ela ficaria com a herança total, que é de aproximadamente R$ 2 milhões”, disse Latorre.
No dia 11, a Polícia Militar foi até a fazenda da família após receber um pedido de socorro, acionado pelo aplicativo Patrulha Rural. Quando os policiais chegaram à casa, encontraram pai e filho amarrados, vendados e amordaçados dentro da cozinha. Eles tinham ferimentos provocados por arma de fogo.
A morte do pai foi constatada no local. O filho chegou a ser socorrido, mas morreu logo após dar entrada na Santa Casa da cidade.
Dois homens suspeitos do duplo assassinato foram presos no dia do crime. Segundo a polícia, eles confessaram os crimes, e um deles revelou quem seriam os mandantes.
“A intenção era matar as vítimas e roubar os objetos da casa para que parecesse que foi um assalto. Mas, como a polícia chegou, os criminosos fugiram sem levar nada, o que chamou a atenção da investigação”, diz Latorre.
Viviane e o marido foram presos em casa. Eles não demonstraram nenhuma reação, segundo a polícia, e se mantiveram em silêncio durante o depoimento.
“Câmeras do posto de combustível comprovam que o casal se encontrou com os outros dois suspeitos no dia 8. Eles não eram amigos e esse encontro teria acontecido para negociarem o crime”, diz o Latorre.
Segundo a polícia, os dois homens suspeitos relataram que receberam R$ 1.500 como adiantamento. O restante do valor seria pago após o crime.
SIMONE MACHADO / Folhapress