No final da manhã de ontem, terça-feira (23), o paciente Leandro Ribeiro Machado, de 38 anos, foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto, após denúncia motivada pelas condições oferecidas para tratamento por parte do corpo clínico da Unidade de Pronto Atendimento.
A transferência acontece 10 dias após a entrada de Machado na UPA Vila Virgínia, localizada na zona Oeste de Ribeirão Preto. O caso foi denunciado com exclusividade pelo jornalismo do Grupo Thathi.
Sobre a transferência ao Hospital das Clínicas, entretanto, a família informou não ter sido contactada. Ao voltar para a UPA, familiares já não encontraram mais Leandro no local. Uma funcionária disse que a unidade de saúde não teria obrigação de avisar a família.
A família disse que a polícia foi chamada e compareceu à UPA da Vila Virgínia. No HC, os médicos responsáveis encontraram ferimentos diversos em suas costas.
O caso
A família de Leandro Ribeiro Machado denunciou, nesta semana, a situação desumana que o paciente enfrenta, desde o dia 12 de maio, durante internação na UPA localizada na área Oeste do município.
De péssimas condições psicológicas à falta de prestação, familiares de Machado enfrentam grandes dificuldades para recuperação e transferência do paciente, diagnosticado com anemia e tuberculose avançada, conforme exames realizados pelo corpo clínico.
Sobre a alimentação, a mãe do internado afirma que o filho está amarrado na maca em decorrência da sua condição psicológica, e só come o que a família leva até a boca de Ribeiro, tendo em vista a dificuldade em ingerir o alimento disponibilizado pela Unidade de Pronto Atendimento sem o uso das mãos.
“Tem hora que ele não fala coisa com coisa. Então ele está amarrado porque dizem que ele pode cair no chão, arrancar o soro… Ele come o que a gente trás, porque coloca na boca dele”, continuou dona Vera.
Quando questionados sobre a situação do paciente e transferência para um hospital pela família, a administração da UPA afirma que as informações devem ser solicitadas através da Secretaria da Saúde. “Eles disseram que não podem falar nada, tem que ir lá na Secretaria para pedir prontuário ou qualquer informação. A única coisa que resta é fazer barulho”, afirma Andria Ribeiro, irmã do paciente.
Outro lado
Na íntegra, confira nota compartilhada pela Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto ao jornalismo do Grupo Thathi.
“A transferência de pacientes é prerrogativa do médico que estava à frente do cuidado, mas iremos encaminhar para avaliar a demora”.
O Hospital das Clínicas também foi questionado pelo jornalismo do Grupo Thathi, porém a entidade ainda não se manifestou sobre o caso.