SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Autoridades dos Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira (24) que o ataque com drones contra o Kremlin, em Moscou, ocorrido no início do mês, foi provavelmente orquestrado por forças ucranianas.
Agências de inteligência americanas chegaram à conclusão após a análise de comunicações interceptadas, nas quais autoridades da Ucrânia disseram acreditar que Kiev era responsável pelo ataque, segundo o jornal The New York Times.
O ataque ocorreu na madrugada do último dia 3, quando dois drones foram lançados em direção à residência do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin. Os artefatos, segundo Moscou, foram interceptados pelos sistemas de defesa antiaérea locais e nenhum dos prédios sofreu danos, embora fragmentos dos equipamentos, ainda na versão russa, teriam atingido a área. Ninguém ficou ferido.
A inteligência dos EUA não soube dizer qual unidade foi responsável pela ação nem se o presidente Volodimir Zelenski ou integrantes do alto escalão do governo ucraniano estavam cientes.
Os EUA são o maior fornecedor de armas à Ucrânia, e o ataque contra o Kremlin deixou Washington em posição desconfortável. Na época, o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, afirmou sem apresentar provas que a Casa Branca “sem dúvidas” estava por trás do que chamou de atentado contra Putin.
Já o governo Joe Biden tem manifestado preocupação com o risco de a Rússia culpabilizar as forças americanas por ataques em território russo e escalar o conflito no Leste Europeu, em curso há 15 meses.
Além do ataque com drone, as autoridades americanas dizem acreditar que os ucranianos foram responsáveis pelo assassinato da filha de um nacionalista russo, pela morte de um blogueiro pró-Rússia e por uma série de ataques em cidades russas perto da fronteira com a Ucrânia.
Os EUA também acreditam que o ataque ao gasoduto Nord Stream -que transportava gás natural da Rússia para a Europa- seja obra de agentes pró-Ucrânia, cujos laços com o governo ainda são uma incógnita. Os funcionários americanos não compartilharam ao New York Times os detalhes das investigações.
Redação / Folhapress