SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) provocou o presidente Lula (PT) em rede social na tarde deste sábado (27), elencando crimes, golpes e fraudes que usam referências ao mandatário ou ao PT.
“Só neste ano já tivemos: email lula1063 usado pelo crime organizado, lula@gmail em cartão de vacina fraudado, login Lul22 usado por juiz que gosta de ‘trote’ e agora grupo de whats Lula13 para acerto de jogos. Lula não está envolvido nesses fatos, mas é uma referência constante”, escreveu Moro no Twitter.
O juiz mencionado no tuíte é Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos remanescentes da Operação Lava Jato no Paraná. Ele foi afastado provisoriamente de suas funções pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) na última segunda (22). A corte regional apura se Appio telefonou para o filho do ex-relator da Lava Jato no TRF-4 fingindo ser um funcionário da Justiça Federal e fazendo perguntas a respeito do vínculo familiar.
Em entrevista à GloboNews, Appio confirmou que usava o login “LUL22” no sistema da Justiça até este ano. Ele disse que se tratava de um “protesto isolado e individual” contra uma prisão que considerava ilegal, a do hoje presidente Lula.
Já os jogos mencionados por Moro, referente ao escândalo de apostas no futebol, citam reportagem do UOL. Segundo o portal, jogadores do Sampaio Corrêa usavam um grupo do WhatsApp chamado “Lula 13” para falar de apostas e da manipulação de jogos da Série B. O grupo teria sido criado em novembro passado, dias depois das eleições.
Responsável por ordenar a prisão de Lula em 2018, Moro e o petista vêm trocando farpas frequentemente, pela imprensa ou redes sociais.
Em março, Lula afirmou que um plano do PCC para atacar Moro, divulgado pela Polícia Federal, seria “uma armação” do ex-juiz.
“Não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está”, disse o petista.
Em entrevista dias antes, o ex-presidente disse que pensava, quando estava preso, em se vingar de Moro. “[Eu dizia:] Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro. Vocês cortam a palavra ‘foder'”, disse, na ocasião.
Posteriormente, em abril, o presidente afirmou em café da manhã com jornalistas que foi orientado pela Secretaria de Comunicação a não mencionar mais o desafeto. “Eu não tenho que falar nem da coisa nem do coiso”, disse, em referência também ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Redação / Folhapress