SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Diogo Survive está de volta ao Largados e Pelados (Discovery). Após a experiência na edição nacional do programa, o capixaba de 34 anos aceitou o desafio de se tornar o primeiro brasileiro a participar de uma versão americana e encarou um teste de resistência na África do Sul com uma parceira que nem sabia falar o seu idioma.
Em entrevista exclusiva ao UOL, Diogo relata que o desafio em solo africano foi muito intenso -em virtude do clima, comida e convivência com sua parceria de sobrevivência -e abre o jogo sobre qual é o grande prêmio de encarar um desafio de 21 dias na selva totalmente nu.
“O desafio realmente é insano. É muito mais do que o que a gente vê sentado no sofá. Tinha me apaixonado por esse programa. Por que não me desafiar novamente? Ali tem a parada de não falar a mesma língua. É uma doideira, mas o desafio em si eu iria quantas vezes me chamarem “, disse.
Natural de Guriri (ES), o capixaba é ex-fuzileiro naval da Marinha e, atualmente, trabalha com arte. Ele cruzou o oceano para ficar 21 dias com a americana Nicole -ex-oficial do exército dos Estados Unidos.
Ele se virou nos 30 para se comunicar com o pouco que sabia de inglês, mas ela sofreu para, simplesmente, falar por não saber nada do português.
“O idioma foi o mais difícil. Acho que o real desafio para mim foi essa essa barreira linguística… Fui pego de surpresa com o fato de ela não falar o meu idioma. Houve esse essa barreira, mas que a gente tem que dar um jeito”, contou Diogo Survive
O brasileiro não deixa de destacar que a barreira do idioma superou até mesmo a questão de estar nu na frente de um estranho.
“Tem vários momentos que bate esse pensamento de: ‘nossa, e agora?’. O momento que você chega e arranca a roupa já é um baque, né? Só que a questão ali do estar nu para mim é bem mais tranquilo. Então, dá 30 segundos e eu tô de boa”, garante.
Aos mais curiosos, o ex-militar já deixa claro que a participação no Largados e Pelados não rende prêmio ao estilo de reality conhecidos de TV aberta -como BBB e No Limite (Globo) e A Fazenda. A experiência de se desafiar ao limite na selva é a recompensa.
“Prêmio é um banquete quando chega no quarto. Essa é a pergunta que todo mundo sempre faz tudo. É uma questão complicada porque as pessoas pensam que o programa vai te dar uma parada gigante e não é isso. A ideia do programa é você se desafiar”, explica.
“Não existe um prêmio gigantesco. Existe uma ajuda de custo pelo tempo que você ficou fora do seu trampo”, conta Diogo
O primeiro episódio da nova temporada de Largados e Pelados estreia nesta terça-feira (30), a partir das 22h30, no Discovery. Além do episódio com o brasileiro na África do Sul, o programa terá outros participantes em lugares mal-assombrados em Chiapas, no México, vilarejo abandonado em Botsuana, na África, e outras novidades.
Confira outros trechos da entrevista de Diogo Survive:
Preparação para o Largados e Pelados: “Na raça dá? Na raça dá, mas quando você tem um pouco de conhecimento consegue as coisas com mais tranquilidade. Eu tenho alguns cursos que eu fiz e já tinha esse costume de estudar essas técnicas primitivas, essas técnicas de bushcraft. A questão de sobrevivência já era, para mim, que era tranquilo”.
Idioma diferente da Nicole dificultou? “Quando as pessoas perguntam se tem que se preparar, tem que se preparar, só que eu não imaginava que teria que aprender um novo idioma. Vi que na sobrevivência aquilo ali pesou bastante”.
“Hoje em dia, eu não posso dizer que o preparo para uma sobrevivência dessa você vai ser só nos meios de primitivo e bushcraft. Tem que saber um pouco também de relacionamento, saber se comunicar com as pessoas não só falando mesmo idioma.
Alimentação: Acredite, às vezes, pegar aquele passarinho pequenininho que quando limpa fica menor ainda e [tem que] dividir para dois é bom. Eu fechava o olho e começava a pensar num hambúrguer, uma pizza, um pedação de carne. Eu fazia aquele pedacinho render na minha cabeça. Se eu conseguisse enganar aqui ó [apontando para a cabeça], o corpo eu levava de boa.
Pensamentos de desistência: “Pensar em desistir não passou pela cabeça, mas já teve aqueles momentos: ‘Que eu tô arrumando, olha onde eu tô’. A gente percebe que a dificuldade nos faz tomar atitudes extremas porque o desafio mexe muito no psicológico. Se a pessoa não tiver um controle, vai ter vários momentos que você vai pensar: ‘por que eu tô aqui?’ e se você se entregar.
Problema com a nudez? Sou muito muito seguro com meu corpo. Acredito que tô num programa que tá dizendo que é largado e pelado, eu vou ficar com vergonha de ficar pelado? Não pode acontecer isso, mas tem gente que tem um pouco mais receio.
Só que se eu parar para me preocupar com isso, em uma situação que eu nem tenho comida e água e tenho preciso fazer abrigo, é um dos menores problema.
“Não sabia que eu ia ficar mais medo dos elefantes do que dos leões”: “Toda noite tinha os barulhos das hienas e leões, só que o medo maior é sempre o elefante. O leão e a hiena a gente acorda, acende a fogueira, arco na mão e facão na outra e fica ali”.
“A minha preocupação era só os elefantes porque você pode ser pisoteado. Não vem um elefante não, vem uns 50 e se eles querem passar destruindo, vão passar. O elefante não tem predador”.
O que o Largados e Pelados mudou na sua vida? O que mais mudou pra mim é o reconhecimento. Antigamente, eu era mais um maluco doido que gosta de ficar no meio do mato. Agora, a galera fala assim: ‘esse cara é brabo. Ele sabe o que tá fazendo’. Não é nem questão de falar que eu sou fera, é questão de reconhecer”.
“Não tô atrás de fama, tô atrás de reconhecimento. Eu falo: ‘eu sou só subcelebridade. Não só celebridade ainda. Estou ali galgando o meu espaço ali’. Adorei ser reconhecido”.
Redação / Folhapress