BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Fazenda acredita que o resultado do PIB do primeiro trimestre divulgado nesta quinta-feira (1°) “eleva o viés positivo para projeção de crescimento da SPE (Secretaria de Política Econômica) em 2023, atualmente em 1,9%”.
A economia brasileira cresceu 1,9% no primeiro trimestre do ano, graças principalmente ao desempenho do setor agrícola, que avançou 21,6%. A média calculada pela Bloomberg com agentes do mercado financeiro era de 1,3%.
Apesar do resultado positivo, a equipe econômica vê alertas para o segundo semestre. “Para o segundo trimestre, na margem, deve ser observado desaceleração do crescimento da Agropecuária uma vez que o aumento da produção de grãos tem impacto muito mais pronunciado no primeiro trimestre, pela colheita da soja e milho 1ª safra”, avaliou.
Na indústria, que teve queda de 0,1% no primeiro trimestre, “indicadores antecedentes não vêm sinalizando recuperação no próximo trimestre”.
No setor de serviços, que teve alta de 0,6% “as perspectivas seguem favoráveis para o próximo trimestre”. Como razões, a Fazenda listou a geração de novas vagas de emprego e a elevação da renda real disponível “que deve ser verificada tanto pelo novo aumento no valor do salário mínimo em maio como pela desaceleração esperada para a inflação, em especial de alimentos e gasolina”.
O ministério comandado por Fernando Haddad (PT) vê com otimismo o crescimento no ano
“Vetores positivos para o crescimento devem vir ainda do programa Desenrola, do Minha Casa Minha Vida e do estímulo ao adensamento tecnológico, derivado do Plano de Transformação Ecológica e de políticas de crédito para inovação e digitalização, recentemente anunciadas”, apontou.
Outro fator importante destacado pela pasta é o início da queda na taxa de juros, esperado para o começo do segundo semestre.
“O início da flexibilização monetária e as reformas fiscal e tributária, somadas ainda às medidas para desburocratizar e agilizar emissões no mercado de capitais tendem a reduzir incertezas, propiciando o retorno do investimento”, apontou a nota.
Apesar disso, concluiu a Fazenda, “a desaceleração esperada para a economia global e as condições monetárias que devem seguir restritivas, no entanto, ainda preponderam no cenário de atividade esperado para 2023”.
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LUCAS MARCHESINI / Folhapress