Com recorde de roubos e furtos, Guarujá terá reforço no policiamento e fiscalização de bikes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O aumento da violência em Guarujá, no litoral paulista, têm assustado turistas e causado preocupação nas autoridades. No período de janeiro a abril, a cidade registrou o maior número de roubos e furtos desde 2014. Diante da onda de criminalidade, a prefeitura solicitou apoio ao comando da Polícia Militar, que vai reforçar o efetivo na cidade com atuação da Tropa de Choque.

Em média, o município da Baixada Santista registra um crime contra o patrimônio por hora. Segundo o secretário de Defesa e Convivência Social de Guarujá, Sandro Pereira, a maioria dos casos se concentra nas orlas das praias, onde há grande movimento de turistas.

“Esses ladrões andam sempre em bando. São meninos, muitos menores de idade, que circulam de bicicleta até encontrar uma vítima em potencial. Quando definem um alvo, cercam a pessoa pra tomar os pertences e às vezes usam de violência pra isso”, disse o secretário, citando correntes, relógios e celulares como alvos preferenciais dos ladrões.

No final de maio, a prefeitura anunciou a ampliação do efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal) em 68 agentes. As rondas serão intensificadas com o objetivo de monitorar áreas com grande circulação de pessoas, sobretudo faixas de areia e calçadões, onde foram registrados arrastões recentemente. “A gente percebe que os ladrões têm migrado de praia em praia para evitar as áreas com mais policiamento”, disse Pereira.

A fiscalização dos ciclistas será uma das prioridades. Na cidade, a circulação de bicicletas é proibida em calçadas, faixa de jardins e areia das praias. Infratores podem ter os veículos apreendidos, com multa de R$ 63,90 para retirada.

O policiamento da PM também deve se concentrar nas mesmas regiões -praias do Tombo, Astúrias, Pitangueiras e Enseada, além de áreas periféricas usadas como rotas de fuga pelos infratores. “Aqui, diferentemente da capital, o veículo de fuga dos ladrões é a bicicleta. Como estamos cercados por muitas comunidades, os criminosos acabam conseguindo escapar com certa facilidade”, acrescentou o secretário.

Nos quatro primeiros meses de 2023, as delegacias do município registraram 1.625 casos de furto, alta de 33% em relação em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 1.222 casos. Os roubos tiveram aumento ainda mais significativo, passando de 846 ocorrências para 1.221 -crescimento de 44%. Somados, os crimes contra o patrimônio atingiram o maior patamar desde 2014, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública).

O apoio da PM foi solicitado pela prefeitura depois de registrados alguns crimes violentos no início do mês passado. No último dia 30, o secretário Sandro Pereira se reuniu com o comandante geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas, e apresentou um levantamento dessas ocorrências, que incluem assaltos com reféns, o assassinato de três policiais militares da reserva e um assalto a banco.

Outro caso que chamou a atenção foi a tentativa de assalto a um influenciador digital, que acabou baleado na cabeça quando visitava o Guarujá. Gustavo Henrique Ramos Silva, 18, conhecido como Meno Kabrinha circulava de carro quando foi abordado por dois homens de motocicleta, próximo à praia das Astúrias. A vítima acelerou ao perceber a aproximação dos criminosos, que abriram fogo. Kabrinha está internado desde o dia 25 de maio no hospital Santo Amaro.

O influenciador digital conhecido como ‘Meno Kabrinha’ foi baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto em Guarujá, no litoral de São Paulo. Procurada, a SSP disse que intensificou o policiamento ostensivo em Guarujá e que ações de reforço “podem ser realizadas para reverter incidências criminais sazonais, identificadas por denúncias dos moradores”.

Ainda de acordo a pasta, a região conta também com o “apoio constante do 2º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia)”. Desde o início do ano, segundo a polícia, “o trabalho de segurança no município resultou na prisão de 388 pessoas e na retirada de 61 armas de fogo ilegais das ruas”.

LEONARDO ZVARICK / Folhapress

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