Único senador do PL a votar com governo Lula diz que deixa sigla para não brigar

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O senador Zequinha Marinho (PA) foi o único parlamentar do PL a votar a favor da medida provisória de reestruturação dos ministérios. Se a MP fosse reprovada, seria a maior derrota do atual governo Lula (PT). Mas agora ele não é mais do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): decidiu ir para o Podemos.

Marinho justifica que deixou o Partido Liberal após ter perdido poder no diretório regional. “Eu não vou brigar com ninguém, os incomodados que se mudem”, declarou.

Insatisfeito, ele se filiou ao Podemos, anunciando o fato na quarta-feira (31). Mas a troca de partido passou a constar no site do Senado apenas nesta sexta (2).

Durante a votação da MP, na última quinta (1º), Marinho ainda era do PL, pois não havia comunicado a mudança ao Senado. Seu voto foi favorável ao governo Lula, embora ele representasse uma sigla da oposição.

Como o Podemos orientou a bancada para aprovar a MP, outros três senadores do partido também chancelaram a medida provisória.

Apenas o bolsonarista Marcos do Val votou contra. Ao todo, foram 51 votos a favor, 19 contrários e uma abstenção no Senado.

MUDANÇAS NO PL

Em março, o PL editou uma resolução que enfraqueceu os presidentes dos diretórios estaduais. A medida transferiu o poder de decisões importantes, como a coordenação dos grupos regionais, para os deputados federais e estaduais.

Marinho, que era presidente do diretório no Pará, afirmou que o texto o transformou em “rainha da Inglaterra” –em alusão ao papel figurativo de Elizabeth 2ª, já que o regime é de monarquia parlamentar, comandado pelo primeiro-ministro.

Com a mudança, o PL fica com 11 integrantes no Senado –o Podemos tem 5 senadores.

O congressista também afirmou que reconhece a importância dos deputados federais para o crescimento do partido, mas que não tem “perfil inerte” para apenas assinar papéis. Decidiu deixar a presidência do diretório em 19 de maio e, assim, evitar brigas internas.

“Quando tira isso da mão do coordenador chefe e põe na coordenação do deputado, o chefe perde a função. Então deixa quieto”, disse. Essa resolução, com esse tipo de procedimento, nos fez tomar a decisão de buscar outro espaço para trabalhar.”

O QUE É A MP DA ESPLANADA

A MP da Esplanada foi o texto editado pelo governo para criar a estrutura atual de 37 pastas. Caso não fosse aprovada no Congresso, a estrutura voltaria a ter a formação do governo Bolsonaro.

A medida foi aprovada na Câmara na noite da última quarta (31), com 337 votos a favor e 125 contra, um dia antes do fim do prazo para apreciá-la. Na quinta, passou pelo Senado.

A votação na Casa ocorreu após o governo Lula negociar com os deputados e ceder. A gestão petista autorizou na terça-feira (30) R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, em meio ao risco de o presidente sofrer a maior derrota no Congresso neste mandato.

CAROLINA NOGUEIRA / Folhapress

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