BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – No dia em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou um pacote para estimular a compra de carros populares, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV que os atos do presidente apontam para a priorização de medidas que preservem a natureza.
A ministra disse que o petista “fez uma escolha histórica pela transição brasileira para a sustentabilidade”.
“Os atos do presidente Lula desde sua posse e particularmente hoje apontam para essa direção, resgatando o que se perdeu nos últimos anos”, afirmou.
Marina viu nas últimas semanas sua pasta ser esvaziada pelo Congresso sem grandes resistências da articulação política do Palácio do Planalto.
Mesmo assim, manteve o tom de otimismo na declaração desta segunda.
“Estamos em meio a um processo de grandes dimensões que exige sabedoria, clareza e coragem para seguir adiante em meio às adversidades, persistindo sempre no compromisso com mudanças profundas e irrenunciáveis”, disse.
Ela fez o pronunciamento em razão do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho. Para a ministra, 50 anos após a criação da data, muitas ações ainda precisam ser realizadas sobre o assunto.
“Passado meio século deste alerta, sabemos que não fizemos o suficiente e chegamos à situação atual. Mudanças no clima, com secas e enchentes cada vez mais severas”.
No pronunciamento, Marina afirmou que, desde janeiro, foi recomposta a participação social em todas as políticas públicas ambientais.
“Estamos combatendo o desmatamento ilegal em todos os biomas brasileiros e o presidente Lula acaba de aprovar o plano que em seus dois primeiros mandatos produziu a maior redução nas taxas de desmatamento na Amazônia na história do Brasil”, defendeu.
O governo anunciou 11 dias atrás um programa para estimular a venda de carros populares. Nesta segunda-feira (5), divulgou mudanças no plano, mas formalizou o lançamento da política com um alcance mais amplo e confirmou a retomada parcial da tributação sobre o diesel para compensar a renúncia fiscal.
A medida deve render R$ 1,5 bilhão em novas receitas em 2023 (outros R$ 500 milhões serão recolhidos apenas em janeiro de 2024). A arrecadação deste ano será usada para compensar o custo do programa de incentivo às montadoras.
Inicialmente, o foco da política eram os carros de até R$ 120 mil, mas nos últimos dias o governo decidiu contemplar também caminhões e ônibus. Uma medida provisória foi assinada pelo presidente para implementar os benefícios, e as montadoras poderão aplicar os descontos a partir da publicação da norma. O programa terá duração de até quatro meses.
O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.
MATHEUS TEIXEIRA / Folhapress