SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nos andaimes em torno da rua que é o Teatro Oficina, os atores da companhia já esperavam o que chamavam de “casamento do século”, testando os melhores ângulos do espaço de Lina Bo Bardi para ver os noivos, Zé Celso e Marcelo Drummond.
Marina Lima, de terno e gravata e plataformas potentes, cantou “Fullgás”, a música que o mestre de cerimônias, o ator Ricardo Bittencourt, logo tratou de dizer que embalou a primeira “pegação” dos dois.
Na noite fria desta terça-feira, artistas, intelectuais e políticos lotaram o teatro do centro paulistano para a -longa- cerimônia.
Helena Ignez, Daniela Mercury, Bárbara Paz, Alanis Guillen, José Miguel Wisnik, Júlia Lemmertz, Regina Braga, Eduardo Suplicy, Drauzio Varella, Júlio Bressane, Renato Borghi e Isay Weinfeld assistem a mais do que um casamento, mas um ritual de sucessão, como diz Zé Celso, que planeja os rumos de sua companhia, emblemática para o teatro do país, formalizando a união com o discípulo.
A cerimônia, que avançaria noite adentro, teve ainda uma apresentação de indígenas guarani, falas da atriz e cineasta Helena Ignez, apresentada como “Buda baiana”, e o todo-poderoso do Sesc paulista, Danilo Santos de Miranda.
Zé Celso e Drummond entraram no teatro cerca de uma hora e meia depois do horário marcado, os convidados alimentados de maniçoba e copinhos de chá -embora muitos adotassem a estratégia de esconder na bolsa frasquinhos de uísque ou garrafinhas de vinho, traficadas de fileira em fileira da ala dos padrinhos do casório.
SILAS MARTÍ / Folhapress