SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Esta força poderosa que está aqui é a força da igreja, e contra ela as portas do inferno não prevalecerão”, pregou o apóstolo Estevam Hernandes, na abertura do “ato profético” que idealizou há 30 anos.
A 31ª Marcha para Jesus começou em frente à estação Tiradentes do metrô, na avenida Tiradentes, seu percurso de 3,5 km pelas ruas de São Paulo na manhã desta quinta-feira (8), feriado de Corpus Christi, com uma oração de Estevam e milhares de pessoas de joelhos no asfalto.
“A unção de Deus vai cair poderosa aqui”, afirmou o líder evangélico em cima do trio principal, chamado Demolidor. Em seguida, pediu que todos soletrassem o nome daquele que é o protagonista da festa, disse. “J-E-S-U-S, Jesus!”
Esta edição terá menos autoridades do que o eleitoral 2022. O presidente Lula (PT), convidado, enviou uma carta para o apóstolo para dizer que “infelizmente” não iria para “esta extraordinária expressão de fe”, mas enviaria os evangélicos Benedita da Silva, deputada do PT, e Jorge Messias, seu advogado-geral da União.
À reportagem sua esposa, a bispa Sonia Hernandes, lamentou as lacunas de fé que vê na sociedade. “Infelizmente estamos vivendo um humanismo, um egoísmo que exclui Jesus, Deus. Existe até algumas correntes humanistas que acham que a fé é coisa de gente ignorante.”
Thalles Roberto se converteu em 2009 e, desde então, fixou-se como uma das vozes mais populares da música gospel. Ex-músico de apoio do Jota Quest, ele disse à reportagem não ter dúvidas de que “o Brasil está aberto ao Evangelho”.
As divisões políticas que trincaram a igreja evangélica em 2022 serão superadas, apostou. “Já tem diferenças demais. O nome é Marcha para Jesus. É Ele quem importa.”
Então presidente, Jair Bolsonaro (PL) esteve nas edições de 2019 e 2022, sendo o primeiro chefe do Palácio do Planalto a ir na Marcha. Não há previsão que apareça nesta, nem convite oficial.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é esperado à tarde no palco montado para receber os shows da Marcha. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), em viagem, não poderá comparecer.
No chão, ambulantes vendiam faixas com Jesus escrito em glitter por R$ 10. Pelo dobro disso, dava para levar um óculos escuros com “100%” escrito numa lente e “Jesus” na outra.
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER / Folhapress