Bia Haddad perde e fica fora da final de Roland Garros

Bia Haddad (Roland Garros/Twitter)
Bia Haddad (Roland Garros/Twitter)

Chegou ao fim a marcante campanha de Beatriz Haddad Maia na edição de 2023 do Aberto da França. Na tarde de quinta-feira (8), a brasileira foi derrotada pela polonesa Iga Swiatek por 2 sets a 0, parciais de 6/2 e 7/6 (9/7), em duas horas e nove minutos, e deu adeus à disputa em Roland Garros nas semifinais.

A paulista de 27 anos foi a primeira pessoa do Brasil a atingir essa fase em uma chave de simples de Grand Slam -a série dos quatro principais torneios do tênis- desde 2001, quando Gustavo Kuerten conquistou o tricampeonato em Roland Garros. Na disputa feminina, a barreira das quartas não era quebrada desde 1968, com Maria Esther Bueno, no Aberto dos Estados Unidos.

Como ocorrera naquela ocasião, a trajetória da brasileira foi interrompida pela cabeça de chave número um. Em Nova York, há 55 anos, a norte-americana Billie Jean King levou a melhor. Agora, em Paris, Swiatek exibiu seu jogo agressivo, com excelente movimentação, para avançar à decisão do torneio pela terceira vez.

Aos 22 anos, Iga já tem dois títulos de Roland Garros, conquistados em 2020 e 2022. Ela também venceu o Aberto dos Estados Unidos no ano passado e parece disposta a dominar o circuito. Por seu quarto troféu de Grand Slam, a líder do ranking mundial enfrentará no sábado (2) a 43ª colocada da lista, a tcheca Karolína Muchová, que bateu a belarussa Aryna Sabalenka, número dois.

Diante da favorita, Bia até começou bem, com quatro pontos seguidos, quebrando de cara o saque da adversária. Swiatek, no entanto, ajustou seu jogo, devolveu a quebra logo em seguida e se impôs com golpes precisos na quadra Philippe-Chatrier. Em pouco mais de 40 minutos, estava finalizado o primeiro set.

A segunda parcial foi mais equilibrada. Haddad chegou a sacar em 3/1. Depois, no 4/4, teve três chances de quebra. A ágil adversária -que é conhecida pela ótima esquerda, mas fez dano maior com a direita- resistiu e mostrou firmeza para ir ao “tiebreak”. Ela salvou um “set point”, sacando em 5/6, e fechou o game de desempate em 9/7.

Apesar da derrota, Bia Haddad deixa Paris maior do que chegou. No ranking a ser divulgado pela WTA, a associação internacional do tênis feminino, ela aparecerá no melhor posto de sua carreira, na décima ou na 11ª colocação. Vai depender do resultado da final, já que Muchová a ultrapassará em caso de vitória.

Após merecido descanso, a paulista iniciará sua preparação para a temporada de grama do circuito, na qual defenderá pontos importantes. Foi nessa fase do “tour”, em 2022, que ela ganhou os títulos de Nottingham e de Birmingham. A pontuação obtida no caminho para os troféus vai caducar, e ela precisará de bons resultados para continuar entre as 15 melhores do ranking.

Independentemente dos números, Beatriz sai de Roland Garros confiante. Obteve vitórias suadas (salvou agressivamente um “match point” contra a russa Ekaterina Alexandrova), memoráveis (a batalha de três horas e 51 minutos com a espanhola Sara Sorribes Tormo) e de qualidade (bateu a ótima tunisiana Ons Jabeur, número sete do mundo).

Fazia mais de 20 anos que os fãs brasileiros do tênis não paravam nervosamente para acompanhar uma partida de semifinal de Roland Garros. Haddad tem talento e personalidade para que a espera não ultrapasse novamente duas décadas.

MARCOS GUEDES / Folhapress

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